Banner Portal
Tendências genolexicais em adjetivos neológicos no português de Moçambique
PDF

Palavras-chave

Português de Moçambique
Formação de adjetivos neológicos
Sufixos –ic(o) e –nt(e)

Como Citar

NHATUVE, Diocleciano. Tendências genolexicais em adjetivos neológicos no português de Moçambique. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 64, n. 00, p. e022023, 2022. DOI: 10.20396/cel.v64i00.8666593. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8666593. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O objetivo deste estudo é descrever as tendências dos falantes do português de Moçambique na construção de adjetivos neológicos, à luz das teorias de morfologia e de mudança linguística. Constitui objeto do estudo um setor genolexical particular que abrange os processos de derivação de adjetivos denominais e deverbais pelos sufixos -ic(o) e -nt(e). A base empírica é constituída por adjetivos neológicos disponíveis na plataforma do Observatório de Neologismos de Moçambique. A análise qualitativa dos dados revela que, no processo de derivação lexical, embora recorrendo, às vezes, a unidades morfológicas das línguas bantu, os adjetivos derivados por cada sufixo obedecem aos preceitos da morfologia do português, o que justifica a necessidade da sua legitimação através de instrumentos normalizadores do portugugues de Moçambique. As novas unidades lexicais beneficiam em grande medida o processo de nativização do português no contexto moçambicano.

https://doi.org/10.20396/cel.v64i00.8666593
PDF

Referências

ABDULA, R. A. M. A criatividade da língua portuguesa: estudo de moçambicanismos no português de Moçambique. RILP - Revista Internacional em Língua Portuguesa, n. 32, pp. 81-97, 2017.

AHMAD, K. Neologisms, nonces and word formation. In HEID, U.; EVERT, S.; LEHMANN, E.; ROHRER C. (Eds.). The 9th EURALEX Int. Congress, v. 2. Munich: Universitat Stuttgart. pp 711-730, 2000.

ALVES, I. M. O conceito de neologia: da descrição lexical à planificação lingüística ieda maria alves. Alfa, São Paulo, 40: 11-16, 1996.

ALVES, I. M.; MARONEZE, B. Neologia: histórico e perspectivas. GTLex, Uberlândia, v. 4, n. 1, p. 5-32, 2018.

ANDERSON, S. R. A short history of morphological theory. In: AUDRING, J.; MASINI, F. (Eds.) The handbook of morphology theory. Oxford: University Press, p. 1-16, 2018.

ARONOFF, M.; FUDEMAN, C. What is morphology? Oxford: Wily-Blackwel, 2011.

AZUAGA, L. Morfologia. In: FARIA, I. H. et al. (Orgs.) Introdução à linguística geral e portuguesa. Lisboa: Caminho, p. 215-246, 1996.

BARRETO, T. Lexicalização e gramaticalização: processos independentes ou complementares?. In: LOBO, T., et al., (Orgs.) Rosae: Linguística Histórica, História das Línguas e outras Histórias [online]. Salvador: EDUFBA, p. 407-416, 2012. Disponível em SciELO Books <http://books.scielo.org>. Acesso: 3.08.2021.

BEVILACQUA, C. R.; SILVA, F. M. Morfologia concatenativa e morfologia não concatenativa: do princípio morfológico ao princípio prosódico. Confluência. Rio de Janeiro: Liceu Literário Português, n. 60, p. 353-372, 2021.

BIDERMAN, M. T. C. As ciências do léxico. In: OLIVEIRA, A. M. P. P.; ISQUERDO, A. N. (Orgs.). As Ciências do Léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. Campo Grande: Editora UFMS. p. 11-20, 12-22, 2001.

BLOOMFIELD, L. Language. New York: Holt, 1933.

BOOIJ, G. The Grammar of the Word. New York: Oxford University Press, 2005.

CASTELEIRO, J. M. Sintaxe transformacional do djetivo. Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1981.

CHOMSKY, N. Syntatic strutures. The Hague: Mouton, 1957.

CHOMSKY, N. Systems of Syntactic Analysis. The Journal of Symbolic Logic 18, p. 242–256, 1953.

COELHO, H. M. Correspondências entre sufixos em palavras complexas: um levantamento em quatro línguas românicas. 80f. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro (Dissertação de Mestrado em Linguística), 80p. 2010.

COSTA, S. R. Análise morfo-semântica de alguns pares de sufixos eruditos e populares latinos no período entre os séculos XII a XVI. 388f. Araraquara: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Doutorado em Lingüística e Língua Portuguesa), 388p. 2008.

CUNHA, C.; CINTRA L. F.L. Nova gramática do português contemporâneo. Lisboa: Sá da Costa, 2005.

DUARTE, I. Língua portuguesa: instrumento de análise. Lisboa: Universidade Aberta, 2000.

FERREIRA, M. B. et al. Variação linguística: perspectiva dialectológica. In: FARIA, I. et al. (Org.) Introdução à linguística geral e portuguesa. Lisboa: Caminho, p. 479-502, 1996.

FIRMINO, G. Aspectos da nacionalização do português de Moçambique. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas. Porto Alegre, v. 9, p. 115-135, 2008. Disponível em: http://hdl.handle.net/10316.2/34455. Acesso: 29 out. 2016.

HALLE, M.; MARANTZ, A. Distributed morphology and the pieces of inflection. In: HALE, K.; KEYSER, S. J. (Eds.) The View from Building 20, p. 111–176, 1993. Cambridge, MA: MIT Pres.

HASPELMATH, M. E SIMS, A. D. Understanding morphology. London: Hodder Education, 2010.

HRUSCHKA, D. J. et al. Building social cognitive models of language change. In: Opinion: trends in cognitive sciences, vol.13 n.11, p. 464-469, 2009.

LABOV, W. Building on empirical foundations. In: LEHMANN, W; MALKIEL, W (Eds.). Perspectives in historical linguistics. Amsterdam: John Benjamins, 17-82, 1982.

MARTINET, A. Économie des changements phonétiques: traité de phonologie diachonique. Bern: Francke, 1955.

MATTOS; SILVA, R. V. Teorias da mudança lingüística e a sua relação com a(s) história(s) da(s) língua(s). Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, v. 3, p. 39-53, 2008.

NHATUVE, D. J. R. Ensino-aprendizagem do vocabulário de português como L2 em contextos multilingues – o caso do ensino Secundário de Moçambique. 148f. Évora, Universidade de Évora (Dissertação de Mestrado em Ciências da Linguagem e da Comunicação), 148p. 2013.

NHATUVE, D. Para a normatização do português de moçambique: Aspectos fonético fonológicos da vibrante “r” e da lateral “lh” no português oral de Maputo. Revista de Letras, Curitiba, v. 21. n. 32, p.130-144, 2019.

NHATUVE, D. Reflexão sobre a normatização do português de Moçambique. Fórumlinguistico, Florianópolis, v.14, n.2, p. 1997 – 2007, 2017.

NHATUVE, D. Para a normatização do português de Moçambique: Aspectos do uso do imperativo. Novas Edições Académicas, 2018a.

NHATUVE, D. Para a normatização do português de Moçambique: Aspectos do uso do imperativo por estudantes Universitários. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, vol. 12, n. 1, 465-491, 2018b.

PEREIRA, R. V.; SILVESTRE, J. P.; VILLALVA, A. Os adjetivos em –vel formados em português: estrutura argumental, estrutura temática e aspecto da base verbal. ReVEL, v. 11, n. 20, p. 43-66, 2013.

PEZATTI, E. A gramática da derivação sufixal: Três casos exemplares. In: Alfa. São Paulo, 33, p. 103- 114, 1989.

RIO-TORTO, G. Formação de avaliativos. In: RIO-TORTO, G. et al. (Org.) Gramática derivacional do português. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, p. 357-383, 2013.

RIO-TORTO, G. Mudança genolexical: teoria e realidade. In: Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto - Vol. 3, 2008, p. 223-240, 2008.

RIO-TORTO, G. Para uma gramática do adjetivo. In: Alfa, São Paulo, 50 (2): 103-129, 2006.

RIO-TORTO, G; RODRIGUES, A. S. Formação de adjetivos. In: RIO-TORTO, G. et al. (Org.) Gramática derivacional do português. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, p. 240-296, 2013.

SANKOFF, G. Linguistic outcomes of language contact. In: CHAMBERS, K.; TRUDGILL, P. e SCHILLING-ESTES, N. (Ed.) The Handbook of Language Variation and Change. Blackwell Publishing LTD, p. 638-668, 2002.

VAN ROMPAEY, T.; DAVID, K.; PETRÉ, P. Lexicalization and grammaticalization: the case of the verbo-nominal expressions be on the/ones way/road. Functions of Language. John Benjamins Publishing Company, p. 232-263, 2015.

VIARO, M. E. A derivação sufixal do português: elementos para uma investigação semântico-histórica. 220f. São Paulo: Universidade de São Paulo (Tese com vista à obtenção do título de Livre-Docente), 220p. 2011.

VIARO, M. Estudo diacrônico da formação e da mudança semântica dos sufixos derivacionais eiro/eira na Língua Portuguesa. In: MASSINI-CAGLIARI, G. et al. (Eds.) Trilhas de Mattoso Câmara e outras trilhas: fonologia, morfologia, sintaxe. São Paulo: Editora Cultura Acadêmica, p. 45-84, 2007.

VILLALVA, A. Formação de palavras: afixação. In: MATEUS, M. H. M. et al. (Orgs.) Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, p. 939-968, 2003.

WEINREICH, U; LABOV, W; HERZOG, M. Empirical foundation for a theory of language change. In: LEHMANN, W. P. E MALKIEL, Y. (Ed.) Directions for Historical Linguistics. Austin. University of Texas, p. 95-195, 1968.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Cadernos de Estudos Linguísticos

Downloads

Não há dados estatísticos.