Resumo
O objetivo deste artigo é indagar como a performance, não apenas responde e ilustra condições necropolíticas, mas pode ativar narrativas silenciadas e espectros de mundos que pareciam inadmissíveis. Para tanto, contextualizamos o debate proposto por Achille Mbembe, em diálogo com autoras como Judith Butler e Denise Ferreira da Silva; e, em seguida, analisamos a videoperformance Aiku’è (R-existo), de Zahy Guajajara e a performance coreográfica “Gente de Lá”, criada por Wellington Gadelha.
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