Banner Portal
Hierarquia de Pessoa em Avá Guarani: aspectos sintáticos e morfológicos
PDF

Palavras-chave

Língua avá. Hierarquia de pessoa. Morfologia distribuída. Sintaxe. Morfologia.

Como Citar

FREITAS, Maria Luisa de Andrade. Hierarquia de Pessoa em Avá Guarani: aspectos sintáticos e morfológicos. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 11, n. 1, p. 7–33, 2011. DOI: 10.20396/liames.v0i11.1494. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/1494. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este artigo descreve e analisa processos morfológicos e sintáticos relacionados ao fenômeno da hierarquia de pessoa presente na língua Avá Guarani, a partir do quadro teórico da Gramática Gerativa e, em especial, a partir da Morfologia Distribuída. Neste estudo, atestaremos que o Avá é uma língua que exibe um padrão de hierarquia de pessoa (1 > 2 > 3), que afeta o sistema de concordância da língua, ou seja, a seleção do argumento que será marcado nos verbos transitivos está condicionada à pessoa que figura na posição de sujeito e de objeto. Este trabalho evidencia, ainda, que o fenômeno da hierarquia de pessoa apresenta implicações também na ordem sintática da língua Avá Guarani. Desse modo, argumentaremos, a partir de Jelinek e Carnie (2003), que existe uma notável relação entre o fenômeno da hierarquia de pessoa e o deslocamento sintático do objeto nesta língua.

https://doi.org/10.20396/liames.v0i11.1494
PDF

Referências

BENVENISTE, Émile (1966). Problèmes de linguistique générale. Paris: Gallimard.

BENVENISTE, Émile (1991). Problemas de Lingüística Geral I. 3 ed. São Paulo, SP: Pontes.

BOBALJIK, Jonathan. D.; BRANIGAN, Phil (2006). Eccentric Agreement and Multiple Case Checking. In Alana Johns, Diane Massam; Juvenal Ndayiragije (eds.). Ergativity: Emerging Issues, pp. 47-78. Dordrecht, The Netherlands: Springer.

BONET, Eulàlia (1991). Morphology after syntax: Pronominal clitics in Romance. Tese de doutorado. Cambridge, MA: Massachusetts Institute of Technology.

CARDOSO, Valéria Faria (2003). Aspectos morfossintáticos da língua Kaiowá (Guarani). Tese de Doutorado. Campinas, SP: Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas.

DIESING, Molly (1992). Indefinites. Cambridge: MIT Press.

DIXON, R. M.W (1979). Ergativity. Language 55 (1):59-138.

BENVENISTE, Émile (1994). Ergativity. Cambridge, England: Cambridge University Press.

DUARTE, Fábio Bonfim (2005). Propriedades denotacionais dos prefixos {i- ~ -h} em Tenetehára. Revista de Estudos Lingüísticos/GEL XXXIV:1194-1199.

EMBICK, David; HALLE, Morris (2004). Word Formation: Word formation: aspects of the Latin conjugation in Distributed Morphology. (Ms.)

EMBICK, David.; NOYER, Rolf (2001). Movement after syntax. Linguistic Inquiry 32: 555-595.

FARKAS, Donka F. (1990). Two cases of underspecification in Morphology. Linguistic Inquiry 21: 539-550.

GARCIA, Mário (2009). Aspectos Gramaticais da Língua ka’apor. Tese de Doutorado. Belo Horizonte, MG: Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais.

GUASCH, Antonio; MELIÀ, Bartomeu (2005). Diccionario básico: Guaraní-Castellano; Castellano-Guaraní. Asunción, Paraguay: Centros de Estudios Paraguayos Antonio Guasch.

HALE, Ken (2002). Eccentric Agreement. In Beatriz Fernández; Pablo Albizu (eds.) Kasu eta Komunztaduraren gainean [On Case and Agreement], pp. 15-48. Vitoria-Gasteiz: Euskal Herriko Unibetsitatea.

HALE, Ken.; STORTO; Luciana (1997). Agreement and spurious antipassive. Boletim da Associação Brasileira de Linguística 20: 61-89 – Homenagem a Aryon Dall’igna Rodrigues.

HALLE, Morris (1997). Distributed Morphology: Impoverishment and Fission. MIT Working Papers in Linguistics 30: 425-439.

HALLE, Morris.; MARANTZ, Alec (1993). Distributed Morphology and the Pieces of Inflection. The View from Building 20, pp. 111-176. Cambridge, MA: MIT Press.

HALLE, Morris (1994). Some key features of distributed morphology. MIT Working Papers in Linguistics 21:275–288. Cambridge, MA: MIT Press.

HOCKETT, Charles F. (1966). What Algonquian is really like. International Journal of American Linguistics 32(1):59-73.

INGRAM, David (1978). Typology of universals of personal pronouns. In Joseph Greenberg (ed.). Universals of human language, v. 3, pp. 214-247. Stanford: Stanford University Press.

JELINEK, Eloise; CARNIE, Andrew (2003). Argument Hierarchies and the Mapping Principle. In

Andrew Carnie, Heidi Harley; Maryann Willie (eds.). Formal Approaches to Function in Grammar. In honor of Eloise Jelinek, pp. 265-296. Philadelphia, PA, USA: John Benjamins Publishing Company.

JENSEN, Cheryl (1990). Cross-referencing changes in some Tupí-Guaraní languages. In Doris L. Payne (org.) Amazonian Linguistics, Studies in Lowland South American Languages, pp. 117-158. Austin: University of Texas Press.

MARTINS, Marci Fileti (2003). Descrição e análise de aspectos da gramática do Guarani Mbyá. Tese de Doutorado. Campinas, SP: Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas.

MORAVCSIK, E. A. (1978). Agreement. In Joseph Greenberg (ed.). Universals of human language, v. 4: Syntax, pp. 331-374. Stanford: Stanford University Press.

NEVINS, Andrew (2007). The Representation of Third Person and its Consequences for Person-Case Effects. Natural Language and Linguistic Theory 25: 273–313.

NEVINS, Andrew; SANDALO, Filomena (2007). Disappearence of the marked: first person in Kadiwéu. Harvard University. (ms).

NEVINS, Andrew (2011). Markedness and morphotactics in Kadiwéu [+participant] agreement. Morphology 21:351-378.

NOYER, Rolf (1992). Features, positions and affixes in autonomous Morphological Structure. Ph.D Dissertation. Cambridge, MA.: Massachusetts Institute of Technology.

PAYNE, Doris (1994). The Tupí-Guaraní inverse. In Paul Hopper and Barbara Fox (eds.). Voice: Form and Function, pp. 313- 340. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins.

POLLOCK, John (1989). Verb Movement, Universal Grammar, and the Structure of IP. Linguistic Inquiry 20:365-424.

RODRIGUES, Aryon D. (1953). Morfologia do verbo Tupi. Letras 1: 121-152.

RODRIGUES, Aryon D. (1984/85). Relações internas na família lingüística Tupi-Guarani. Revista de Antropologia 27/28:33-53.

RODRIGUES, Aryon D.(1986). Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Ed. Loyola.

RODRIGUES, Aryon D. (1990). You and I = neither you nor I: the personal system of Tupínambá. In Doris L. Payne (ed.) Amazonian Linguistics studies in lowland South American languages, pp. 393-405. Austin: University of Texas Press.

SANDALO, Filomena (2011). Person Hierarchy and inverse voice in Kadiwéu. LIAMES 9: 27-40.

SEKI, Lucy (1990). Kamaiurá (Tupi Guarani) as an Active-Stative Language. In Doris L. Payne (ed.). Amazonian Linguistics studies in lowland South American languages, pp.367-391. Austin: University of Texas Press.

SEKI, Lucy (2000). Gramática do Kamaiurá: língua Tupi-Guarani do Alto Xingu. Campinas, SP: Editora da UNICAMP.

SHAIN, Cory A. (2009). The distribution of differential object marking in Paraguayan Guarani. Dissertação de Mestrado. Columbus: The Ohio State University.

SILVERSTEIN, Michael (1985). Hierarchy of features and ergativity. In Pieter Muysken; Henk van Riemsdijk (eds.). Features and projections, pp. 163-233. Dordrecht: Foris.

STORTO, Luciana (1999). Aspects of Karitiana grammar. Tese de Doutorado. Cambridge, MA: Massachusetts Institute of Technology.

VELÁZQUEZ-CASTILLO, Maura (1996). The Grammar of Possession - Inalienability, Incorporation and Possessor Ascension in Guaraní. Amsterdam: John Benjamins.

VELÁZQUEZ-CASTILLO, Maura (2008). Voice and Transitivity in Guarani. In Mark Donohue; Søren Wichmann. The typology of semantic alignment, pp.380-395. Oxford University Press.

ZWICKY, Arnold (1977). Hierarchies of person. Chicago Linguistics Society 13: 714-733.

A LIAMES: Línguas Indígenas Americanas utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Os artigos e demais trabalhos publicados na LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, publicação de acesso aberto, passa a seguir os princípios da licença do Creative Commons. Uma nova publicação do mesmo texto, de iniciativa de seu autor ou de terceiros, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, citando-se a edição e a data desta publicação.

Downloads

Não há dados estatísticos.