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A distinção contável-massivo no Kheuól do Uaçá
Tuwapitsãi 'esteirinha Mehinaku (Arawak)'
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Palavras-chave

Distinção contável/massivo
Línguas indígenas
Línguas crioulas

Como Citar

SILVA, Glauber Romling da. A distinção contável-massivo no Kheuól do Uaçá. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 21, n. 00, p. e021004, 2021. DOI: 10.20396/liames.v21i00.8661283. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8661283. Acesso em: 4 dez. 2024.

Resumo

Este artigo descreve os principais contrastes da distinção contável/massivo dos nomes no kheuól do Uaçá. O kheuól do Uaçá é uma língua crioula de base francesa falada por dois povos indígenas distintos, Karipuna e Galibi-Marworno, que compartilham o mesmo território (Terras Indígenas do Uaçá e Juminã) em Oiapoque, Amapá, Brasil, na fronteira com a Guiana Francesa. Ambas as variedades do kheuól do Uaçá são subdocumentadas, principalmente a Galibi-Marworno descrita neste artigo. Quase todos os nomes combinam-se com numerais (kwak ‘farinha’ é a única exceção); quase todos os quantificadores e modificadores de quantidade não mostram restrições na combinação com nomes nocionalmente contáveis e massivos (un de thoa ‘alguns, uns’ se combina somente com nomes nocionalmente contáveis); e todos os nomes podem ser pluralizados com o artigo definido plural -iela. Considerando que quase todos os nomes podem ser contados, o contraste relevante está presente na capacidade de nomes nocionalmente massivos serem abertos para denotações unbounded. Esta capacidade pode ser capturada pelo fato de nomes nocionalmente massivos recuperarem a terceira pessoa do singular i/li como anáfora para nomes sortal em contextos de nominais nus (neutros para número); por outro lado, nomes nocionalmente contáveis recuperam a terceira pessoa do plural ie como anáfora nos mesmos contextos.

https://doi.org/10.20396/liames.v21i00.8661283
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