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A regra de Payne e a mudança tardia de *o > a no Ignaciano Mojeño
Grafismo Tukano  de cesteria e animais. Autor: John Alexandres Dias.
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Palavras-chave

Método comparativo
Reconstrução
Línguas arawak
Mojeño

Como Citar

CARVALHO, Fernando Orphão de. A regra de Payne e a mudança tardia de *o > a no Ignaciano Mojeño : uma resposta a Ramírez e França (2019) - ou como (não) fazer linguística histórica. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 23, n. 00, p. e023003, 2023. DOI: 10.20396/liames.v23i00.8669251. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8669251. Acesso em: 13 dez. 2024.

Resumo

A proposta de Ramirez & França (2019) de que uma mudança *a > o ocorreu inúmeras vezes e sem qualquer tipo de condicionamento - hipótese apresentada em franca oposição a afirmações publicadas em Carvalho & Rose (2018) - é problemática sob os pontos de vista empírico e metodológico. Mostramos aqui que a presumida evidência relacionada à adoção de empréstimos é pouco convincente, que a comparação entre o Guaná do século 18 e o Terena moderno baseia-se em uma análise seletiva e enganosa das fontes relevantes, e que a suposição de uma relação de ancestralidade direta entre o Mojeño Antigo e o Trinitário é não apenas uma hipótese desnecessária e que carece de substanciação, como também está em desacordo com outros fatos a respeito do desenvolvimento do Proto-Mojeño. Mais importante ainda, uma estratificação lexical do Mojeño mostra que a correspondência favorecida por Ramirez & França (2019) como o reflexo do Proto-Arawak *a em Mojeño é em sua essência restrita ao vocabulário não-básico, fato que oferece apoio adicional à hipótese de Carvalho & Rose (2018) de que esse padrão de correspondências reflete empréstimo dialetal ou difusão.

https://doi.org/10.20396/liames.v23i00.8669251
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