Banner Portal
Protocolo de pesquisa sobre sintagmas adposicionais
Grafismo Tukano  de cesteria e animais. Autor: John Alexandres Dias.
PDF

Palavras-chave

Protocolo
Sintagmas adposicionais
Línguas indígenas
Tipologia

Como Citar

SCANDELARI, Arthur Britta; GOMES, Dioney Moreira. Protocolo de pesquisa sobre sintagmas adposicionais. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 23, n. 00, p. e023010, 2023. DOI: 10.20396/liames.v23i00.8671346. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8671346. Acesso em: 27 abr. 2024.

Dados de financiamento

Resumo

Apresentamos um protocolo de pesquisa elaborado com o intuito de investigar a função sintática dos sintagmas adposicionais. Essa ferramenta destina-se à coleta de dados em pesquisas já realizadas sobre esses sintagmas. A fim de ilustrar o uso da metodologia proposta, fornecemos exemplo de aplicação prática em descrições da língua indígena Apyãwa/Tapirapé (família tupi-guarani). O protocolo é composto de vinte e cinco perguntas, de natureza morfológica, sintática, pragmática, semântica e terminológica, voltadas a responder, inicialmente, a um questionamento principal — como os sintagmas adposicionais têm sido tratados nas pesquisas: argumentos ou adjuntos? Posteriormente, incluímos a categoria “predicado” em nosso questionamento, função também presente nas descrições e análises linguísticas. A elaboração do protocolo amparou-se em subsídios teóricos de natureza tipológica e funcionalista. Entre eles, trabalhamos com uma hipótese de diferenciação entre as funções identificadas, baseada no conceito de protótipo linguístico, isto é, de que alguns membros de uma categoria exibem o maior número de propriedades que caracterizam a classe a que pertencem e que a diferenciação entre eles não é absoluta. Essa visão é explicitada no documento, ao propormos uma escala entre predicado, argumento e adjunto para a classificação dos sintagmas adposicionais, tomando como base as características formais e funcionais identificadas nas línguas pesquisadas. De acordo com os resultados que essa abordagem metodológica propicia, é possível verificar se as pesquisas que tratam de tais sintagmas fornecem critérios para compreendermos a distinção entre as funções de predicado, argumento e adjunto e se tais critérios permitem generalizações tipológicas. Esperamos, assim, contribuir para a identificação e possível proposição de padrões gramaticais comparáveis translinguisticamente, e também auxiliar na padronização de pesquisas sobre o tema.

https://doi.org/10.20396/liames.v23i00.8671346
PDF

Referências

Comrie, Bernard (1981). Language universals and linguistic typology: syntax and morphology. University of Chicago Press.

Creissels, Denis (2014). Cross-linguistic variation in the treatment of beneficiaries and the argument vs. adjunct distinction. Linguistic Discovery 12(2): 41-55. https://doi.org/10.1349/PS1.1537-0852.A.445

Dixon, R. M. W. (1979). Ergativity. Language 55: 59-138. https://doi.org/10.2307/412519

Dixon, R. M. W. (2000). A typology of causatives: form, syntax and meaning. In R. M. W. Dixon; Alexandra Y Aikhenvald (eds.), Changing valency. Cambridge: Cambridge University Press.

Dixon, R. M. W. (2002). Ergativity. Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9780511611896

Epps, Patience (2008). A grammar of Hup. Mouton de Gruyter.

Furtado da Cunha, Maria Angélica; Costa, Marcos Antonio (2003). A interdependência dos componentes sintático, semântico e pragmático. Veredas 5(2): 61-70. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/veredas/article/view/25308

Furtado da Cunha, Maria Angélica; Souza, Maria M. de (2011). Transitividade e seus contextos de uso. São Paulo: Cortez, v. 2.

Givón, T. (2001). Syntax: an introduction vol. 1 John Benjamins Publishing Company.

Gomes, Dioney M. (2016). Sintagma verbal, nominal e posposicional em Mundurukú (Tupí): possível isomorfismo. In Francesc Queixalós; Dioney M. Gomes (org.), O sintagma nominal em línguas amazônicas, pp. 263-290. Pontes Editores.

Gomes, Dioney M. (2019). Postpositions in Munduruku (Tupi): Formal and functional features. Forma y Función 32(2): 109-150. https://doi.org/10.15446/fyf.v32n2.80817

Gomes, Dioney M.; Scandelari, Arthur B. (no prelo). Focalization of adverbial constituents in Tupí-Guaraní languages. In Zarina Estrada-Fernández; Albert Alvarez Gonzalez; Armando Mora-Bustos; Dioney M. Gomes (orgs.), Dependencias simétricas y asimétricas: dominios semánticos y sus motivaciones.

Hagège, Claude (2010). Adpositions: function-marking in human languages. Oxford University Press.

Haspelmath, Martin (2003). Adpositions. In William J. Frawley (ed.), International Encyclopedia of Linguistics, pp. 39-41. Oxford University Press.

Haspelmath, Martin (2009). Terminology of case. In Andrej Malchukov; Andrew Spencer (eds.), The Oxford handbook of case, pp. 505-517. Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199206476.013.0034

Haspelmath, Martin (2019). Differential place marking and differential object marking. Language Typology and Universals 72(3): 313-334. https://doi.org/10.1515/stuf-2019-0013

Haspelmath, Martin (2021). Explaining grammatical coding asymmetries: Form–frequency correspondences and predictability. Journal of Linguistics 57(3): 605-633. https://doi.org/10.1017/S0022226720000535

Hopper, Paul J.; Thompson, Sandra A. (1980). Transitivity in grammar and discourse. Language 56(2): 251-299. https://doi.org/10.2307/413757

Keenan, Edward L.; Comrie, Bernard (1977). Noun phrase accessibility and universal grammar. Linguistic Inquiry 8(I): 63-99. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/4177973

Magalhães, Marina Maria S. (2007). Sobre a morfologia e a sintaxe da língua Guajá (família Tupí-Guaraní) (Tese de doutorado em Linguística). Brasília: Universidade de Brasília. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/3188

Pantcheva, Marina (2010). The syntactic structure of location, goals and sources. Linguistics 48(5): 1043-1081. https://doi.org/10.1515/ling.2010.034

Praça, Walkíria N. (2007). Morfossintaxe da língua Tapirapé (Tese de doutorado em Linguística). Brasília: Universidade de Brasília. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/6626

Praça, Walkíria N.; Magalhães, Marina Maria S.; Cruz, Aline da (2017). Indicativo II da família Tupí-Guaraní: uma questão de modo? LIAMES. Línguas Indígenas Americanas 17(1): 39-58. https://doi.org/10.20396/liames.v17i1.8646480

Queixalós, Francesc (2006). The primacy and fate of predicativity in Tupi-Guarani. In Ximena Lois; Valentina Vapnarsk (eds.), Lexical categories and root classes in Amerindian Languages, pp. 249-287. Peter Lang AG.

Rodrigues, Aryon D.; Cabral, Ana Suelly A. C. (2002). Revendo a classificação interna da família Tupí-Guaraní. In Aryon D. Rodrigues; Ana Suelly A. C. Cabral (orgs.), Línguas indígenas brasileiras: fonologia, gramática e história. Atas do I Encontro Internacional do Grupo de Trabalho sobre Línguas Indígenas da ANPOLL, t. 1, pp. 327-337. Belém: EDUFPA.

Rosch, Eleanor (1973). Natural categories. Cognitive Psychology 4: 328-350.

Salinas, Lorena O.; Ospina Bozzi, Ana M. (2019). Herramienta para recolección de información sobre clases de palabra en diversas lenguas. Forma y Función 32(2): 223-254. https://doi.org/10.15446/fyf.v32n2.80821

Scandelari, Arthur B. (2021). Sintagmas posposicionais em línguas da família tupí-guaraní: adjuntos, argumentos e predicados (Dissertação de Mestrado em Linguística). Universidade de Brasília. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/42067

Scandelari, Arthur B.; Gomes, Dioney M. (2023). Terminologia e análise linguística: os sintagmas posposicionais em línguas da família tupí-guaraní. In María Alejandra Regúnaga; Dioney M. Gomes; Arthur B. Scandelari (orgs.), Diversidade linguística na América: línguas ameríndias, vol. 2. Pontes Editores.

Seki, Lucy (2000). Gramática do Kamaiurá: Língua tupi-guarani do Alto Xingu. Editora da UNICAMP.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Arthur Britta Scandelari, Dioney Moreira Gomes

Downloads

Não há dados estatísticos.