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Indicativo II da família Tupi Guarani: uma questão de modo?
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Palavras-chave

Línguas Tupi-Guarani. Nominalização. Indicative II. Omnipredicatividade. Sintaxe Histórica.

Como Citar

PRAÇA, Walkiria Neiva; MAGALHÃES, Marina Maria Silva; CRUZ, Aline da. Indicativo II da família Tupi Guarani: uma questão de modo?. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 17, n. 1, p. 39–58, 2017. DOI: 10.20396/liames.v17i1.8646480. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8646480. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar uma nova interpretação para a estrutura tradicionalmente conhecida como Indicativo II, no âmbito da família Tupí-Guaraní, um subgrupo do tronco linguístico Tupí, por meio da análise de quatro línguas da família: Tupinambá, Apyãwa, Guajá e Nheengatú. O estudo apresenta a hipótese de que as expressões adverbiais deslocadas para a primeira posição da sentença ativam um tipo de nominalização do predicado que na oração básica funcionava como o predicado principal. Além disso, apresentamos uma possível interpretação para o desenvolvimento histórico de tais construções e relacionamos suas características a diferentes graus de preservação do padrão tipológico omnipredicativo. Como resultado, observamos que a redução da produtividade da referida construção parece estar associada à perda gradativa das propriedades omnipredicativas das línguas.
https://doi.org/10.20396/liames.v17i1.8646480
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