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Quantificação em línguas indígenas do Brasil
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Palavras-chave

Acordo de número. Concordância de número. Quantificação. Transparência. Gramática discursivo-funcional.

Como Citar

CÂMARA, Aliana Lopes; GARCIA, Talita Storti; NOVAES-MARQUES, Norma Barbosa; OLIVEIRA-CODINHOTO, Gabriela; PEZATTI, Erotilde Goreti. Quantificação em línguas indígenas do Brasil. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 17, n. 2, p. 241–262, 2017. DOI: 10.20396/liames.v17i2.8649541. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8649541. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

Este artigo investiga a expressão da quantificação em um conjunto de quatorze línguas indígenas do Brasil, a fim de identificar, sob a perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional (Hengeveld; Mackenzie 2008), o estatuto de transparência ou de opacidade quanto ao acordo e à concordância de número, duas expressões da quantificação nas línguas. A análise dos dados mostra que há línguas, como o apinajé, que apresentam apenas acordo de número, ou seja, cópia sintagmática do plural no nível morfossintático, e línguas, como o apurinã e o tariana, que apresentam apenas concordância de número, ou seja, marcação da quantificação por meios lexicais e gramaticais. Consideramos que o que se tem denominado quantificação envolve, na verdade, duas informações distintas, uma definida e outra, indefinida. A principal contribuição deste estudo diz respeito à importância dessa distinção para o estudo da transparência das línguas.
https://doi.org/10.20396/liames.v17i2.8649541
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