Banner Portal
Entre a reificação da arquitetura modernista e o apagamento da memória: o caso de Cataguases - MG
PDF

Palavras-chave

Patrimônio cultural. Políticas de preservação. Memória. Cataguases. Iphan.

Como Citar

PEREIRA, Danilo Celso. Entre a reificação da arquitetura modernista e o apagamento da memória: o caso de Cataguases - MG. PARC: Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 7, n. 1, p. 46–57, 2016. DOI: 10.20396/parc.v7i1.8644408. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8644408. Acesso em: 12 nov. 2024.

Resumo

Excluída da “civilização do ouro” de Minas Gerais, Cataguases teve sua colonização do começo do século XIX ligada à agropecuária e à cafeicultura. No início do século XX recebeu algumas indústrias, destacando-se no ramo têxtil e metalúrgico, favorecendo seu desenvolvimento, explica-se daí uma série de monumentos recentes assinados por alguns dos mais importantes artistas do modernismo, o que permite aos moradores de Cataguases falarem de um “movimento modernista” da cidade, contudo, seu espaço urbano apresenta uma riqueza de tipologias arquitetônicas com bens neocoloniais, ecléticos e art déco. Apesar disso, apenas o modernismo é exaltado como de relevância, tanto pelas instituições locais, como pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que tombou a cidade em 1994. Assim, pretende-se nesse texto problematizar questões referentes ao processo de seleção do conjunto urbano de Cataguases como patrimônio cultural nacional, com destaque para a delimitação do perímetro de tombamento que se deu, sobretudo, pela valoração arquitetônica em detrimento da salvaguarda da memória dos grupos sociais que habitam a cidade, em particular a memória operária.

https://doi.org/10.20396/parc.v7i1.8644408
PDF

Referências

ALONSO, P. H.. A construção de um patrimônio cultural: o tombamento federal de Cataguases, Minas Gerais. 2010. 201 f. Dissertação (Mestrado em Gestão do Patrimônio em Ambiente Construído) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.

ALONSO, P. H.. Guia da Arquitetura Modernista de Cataguases. Cataguases: Instituto Cidade de Cataguases, 2012.

BRASIL. Decreto-Lei nº 22.928 de 12 de junho de 1933. Erige a cidade de Ouro Preto em monumento nacional. Diário Oficial da União. Rio de Janeiro, DF, jul. 1933.

BRASIL.Decreto-Lei nº 25 de 30 de novembro de 1937. Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Diário Oficial da União. Rio de Janeiro, DF, nov. 1937.

FONSECA, M. C. L. O patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ/Iphan, 2009.

IPHAN. Dossiê de Tombamento – Cataguases. Belo Horizonte: Iphan/MinC, 1994.

IPHAN.Anexos – Processo de tombamento de Cataguases. Rio de Janeiro: Iphan/MinC, 2003.

MOTTA, L. Patrimônio Urbano e Memória Social: práticas discursivas e seletivas de preservação cultural – 1975 a 1990. 2000. 173f. Dissertação (Mestrado em Memória Social e Documento) – Centro de Ciências Humanas, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

SANT’ANNA, M. Da cidade-monumento à cidade-documento: a trajetória da norma de preservação de áreas urbanas no Brasil (1937-1990). 1995. 283f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Bahia, Salvador.

SCIFONI, S.. Lugares de memória operária na metrópole paulista. GEOUSP – espaço e tempo. São Paulo, n. 33, 2013a, p. 99-110.

SCIFONI, S.. Para além do capital: o patrimônio industrial na perspectiva dos trabalhadores. In: Anais do VI Encontro Internacional Arquimemória. Salvador: IAB, 2013b, p. 1-17.

A PARC Pesquida em Arquitetura e Construção utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.