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Entre a reificação da arquitetura modernista e o apagamento da memória: o caso de Cataguases - MG
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Palavras-chave

Patrimônio cultural. Políticas de preservação. Memória. Cataguases. Iphan.

Como Citar

PEREIRA, Danilo Celso. Entre a reificação da arquitetura modernista e o apagamento da memória: o caso de Cataguases - MG. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 7, n. 1, p. 46–57, 2016. DOI: 10.20396/parc.v7i1.8644408. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8644408. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

Excluída da “civilização do ouro” de Minas Gerais, Cataguases teve sua colonização do começo do século XIX ligada à agropecuária e à cafeicultura. No início do século XX recebeu algumas indústrias, destacando-se no ramo têxtil e metalúrgico, favorecendo seu desenvolvimento, explica-se daí uma série de monumentos recentes assinados por alguns dos mais importantes artistas do modernismo, o que permite aos moradores de Cataguases falarem de um “movimento modernista” da cidade, contudo, seu espaço urbano apresenta uma riqueza de tipologias arquitetônicas com bens neocoloniais, ecléticos e art déco. Apesar disso, apenas o modernismo é exaltado como de relevância, tanto pelas instituições locais, como pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que tombou a cidade em 1994. Assim, pretende-se nesse texto problematizar questões referentes ao processo de seleção do conjunto urbano de Cataguases como patrimônio cultural nacional, com destaque para a delimitação do perímetro de tombamento que se deu, sobretudo, pela valoração arquitetônica em detrimento da salvaguarda da memória dos grupos sociais que habitam a cidade, em particular a memória operária.

https://doi.org/10.20396/parc.v7i1.8644408
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Referências

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