Resumo
A morfologia da metrópole paulistana é o resultado de relações complexas entre processos sociais e o suporte biofísico, apresentando qualidades e desafios inerentes a seu porte (uma das quatro maiores metrópoles do planeta) e a sua inserção na formação socioespacial brasileira. Neste contexto objetiva-se compreender aspectos de sua estrutura morfológica e de seu sistema de espaços livres. A partir de análise visual de imagens de satélite, bem como do uso do aplicativo Google Street View, o Laboratório Quadro do Paisagismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – Lab QUAPÁ - produziu minuciosa cartografia temática em SIG sobre padrões morfológicos e espaços livres, quadra a quadra, para toda a área conurbada da Região Metropolitana de São Paulo. A análise dessa cartografia temática é apoiada também em dados censitários cartografizados e em amplo acervo de fotos realizadas a partir de sobrevoos sobre a metrópole. Esse artigo traz uma síntese dos principais resultados obtidos, com ênfase no sistema de espaços livres, abordando também reflexões relativas à apropriação pública deste sistema, decorrentes da experiência de orientação de diversos trabalhos científicos de graduação e pós-graduação. Tem-se um quadro que mostra uma metrópole fortemente conurbada, densamente construída, mas ainda apresentando notável predominância de morfologias horizontais. O sistema de espaços livres da metrópole paulistana contém significativos remanescentes de Mata Atlântica, mas apresenta-se, via de regra, pouco competente para o atendimento das diversas demandas sociais e ambientais.
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