Banner Portal
Características arquitetônicas e o decaimento sonoro de salas acopladas: uma revisão da literatura
PDF

Palavras-chave

Salas Acopladas. Decaimento de Energia Sonora. Acústica Arquitetônica. Parâmetros Arquitetônicos. Revisão Sistemática da Literatura

Como Citar

MAIORINO, Alexandre Virginelli; BERTOLI, Stelamaris Rolla. Características arquitetônicas e o decaimento sonoro de salas acopladas: uma revisão da literatura. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 8, n. 3, p. 194–204, 2017. DOI: 10.20396/parc.v8i3.8650222. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8650222. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

Nas últimas décadas, o crescente número de salas de concerto construídas com variabilidade acústica impulsionou o estudo acústico de salas acopladas. Esta variabilidade tem sido feita de diversas formas, sendo uma delas o acoplamento de câmaras reverberantes na sala principal de espetáculos. Salas acopladas propiciam um decaimento de energia sonora diferenciado, a energia decai de forma não exponencial. As características arquitetônicas do espaço têm influência direta na formação do decaimento não exponencial de energia sonora. Os objetivos deste trabalho são identificar e analisar, na literatura, as características e parâmetros arquitetônicos propostos ao longo dos anos que influenciam a formação de curvas de decaimento de energia não exponencial em salas acopladas. O trabalho foi desenvolvido empregando a revisão sistemática da literatura (RSL), realizada em três etapas: Planejamento, Condução da Revisão e Análise de Dados. Os resultados mostraram que a combinação de três características arquitetônicas são as responsáveis pela formação de curvas de decaimento não exponencial de energia. A relação entre estas características foi sistematizada em três parâmetros arquitetônicos, a saber: a Área de Acoplamento, que é a razão entre a área de abertura de acoplamento e a área total da sala principal, a Razão de Volumes, que é a razão entre os volumes da sala acoplada e da sala principal e a Razão de Absorção, que é a razão entre a absorção equivalente da sala acoplada e da sala principal. A RSL permitiu avaliar o estado da arte sobre o assunto, identificar o período de maior interesse nas pesquisas sobre salas acopladas e observar a aplicação da teoria de salas acopladas para compreensão da acústica de igrejas e catedrais. Foi possível encontrar lacunas em pesquisas relacionadas à psicoacústica de salas acopladas e dos parâmetros arquitetônicos razão de volumes e razão de absorção além de identificar a necessidade em pesquisas de acoplamento de caixa cênica em teatros. Os resultados deste trabalho fornecem subsídios para serem empregados na elaboração de projetos acústicos de ambientes que se utilizam de salas acopladas para sua adequação acústica.

https://doi.org/10.20396/parc.v8i3.8650222
PDF

Referências

ANDERSON, J. S.; BRATOS-ANDERSON, M. Acoustic coupling effects in St Paul’s Cathedral, London. Journal of Sound and Vibration, v. 236, n. 2, p. 209–225, 2000. doi: https://doi.org/10.1006/jsvi.1999.2988

ARTEC. Concert Theatres. Disponível em: http://www.artecconsultants.com/03_projects/venue_types/concert_theatres.html. Acesso em: 21 ago. 2017.

BRADLEY, D. T.; WANG, L. M. Comparison of measured and computer-modeled objective parameters for an existing coupled volume concert hall. Building Acoustics, v. 14, n. 2, p. 79–90, 2007. doi: https://doi.org/10.1260/135101007781448028

BRADLEY, D. T.; WANG, L. M. Optimum absorption and aperture parameters for realistic coupled volume spaces determined from computational analysis and subjective testing results. Journal of the Acoustical Society of America, v. 127, n. 1, p. 223–232, 2010. doi: https://doi.org/10.1121/1.3268604

BRADLEY, D. T.; WANG, L. M. Quantifying the double slope effect in coupled volume room systems. Building Acoustics, v. 16, n. 2, p. 105–123, 2009. doi: https://doi.org/10.1260/135101009788913275

BRADLEY, D. T.; WANG, L. M. Room acoustics in coupled volume spaces. In: 2006 ARCHITECTURAL ENGINEERING NATIONAL CONFERENCE. Anais. Omaha, NE, United states, 2006. p. 24-29.

BRADLEY, D. T.; WANG, L. M. The effects of simple coupled volume geometry on the objective and subjective results from nonexponential decay. Journal of the Acoustical Society of America, v. 118, n. 3, p. 1480–1490, 2005. doi:https://doi.org/10.1121/1.1984892

ERMANN, M. Coupled volumes: Aperture size and the double-sloped decay of concert halls. Building Acoustics, v. 12, n. 1, p. 1–14, 2005a. doi: https://doi.org/10.1260/1351010053499252

ERMANN, M. Coupled volumes: Secondary room reverberance and the double-sloped decay of concert halls. Building Acoustics, v. 12, n. 3, p. 165–174, 2005b. doi: https://doi.org/10.1260/135101005774353069

ERMANN, M. Double Sloped Decay: Subjective Listening Test to Determine Perceptibility and Preference. Building Acoustics, v. 14, n. 2, p. 91–107, 2007. doi: https://doi.org/10.1260/135101007781448055

ERMANN, M.; JOHNSON, M. Exposure and materiality of the secondary room and its impact on the impulse response of coupled-volume concert halls. Journal of Sound and Vibration, v. 284, n. 3–5, p. 915–931, 2005. doi:https://doi.org/10.1016/j.jsv.2004.07.030

ESCOLANO, J. et al. A diffusion equation model for investigations on acoustics in coupled-volume systems. In: MEETINGS ON ACOUSTICS. Proceedings... Montreal, QC, Canada, 2013.

EYRING, C. F. Reverberation time measurements in coupled rooms. Journal of the Acoustical Society of America, v. 3, n. 2A, p. 181–206, 1931. doi: https://doi.org/10.1121/1.1915555

GARAI, M. et al. Acoustic measurements in eleven Italian opera houses: Correlations between room criteria and considerations on the local evolution of a typology. Building and Environment, v. 94, Part 2, p. 900–912, 2015. doi:https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2015.07.026

JEONG, D.; JOO, H. Prediction of reverberance in rooms with simulated non-single-exponential sound decays. Applied Acoustics, v. 125, p. 136–146, 2017. doi: https://doi.org/10.1016/j.apacoust.2017.04.018

JOHNSON, R.; KAHLE, E.; ESSERT, R. Variable coupled cubage for music performance. In: MUSIC AND CONCERT HALL ACOUSTICS CONFERENCE. Anais... Japan, 1995.

KITCHENHAM, B. Procedures for Performing Systematic Reviews, 2004. 28 p. (Keele University Technical Report TR/SE-0401).

LUIZARD, P.; KATZ, B. F. G. Investigation of the effective aperture area of sliding and hinged doors between coupled spaces. Journal of the Acoustical Society of America, v. 136, n. 2, p. EL135-EL141, 2014. doi: https://doi.org/10.1121/1.4890202

LUIZARD, P.; KATZ, B. F. G.; GUASTAVINO, C. Perceptual thresholds for realistic double-slope decay reverberation in large coupled spaces. Journal of the Acoustical Society of America, v. 137, n. 1, p. 75–84, 2015.

MARTELLOTTA, F. Identifying acoustical coupling by measurements and prediction-models for St. Peter’s Basilica in Rome. Journal of the Acoustical Society of America, v. 126, n. 3, p. 1175–1186, 2009. doi: https://doi.org/10.1121/1.4904515

MARTELLOTTA, F. Understanding the acoustics of Papal Basilicas in Rome by means of a coupled-volumes approach. Journal of Sound and Vibration, v. 382, p. 413–427, 2016. doi: https://doi.org/10.1016/j.jsv.2016.07.007

MEISSNER, M. Computer modelling of coupled spaces: Variations of eigenmodes frequency due to a change in coupling area. Archives of Acoustics, v. 34, n. 2, p. 157–168, 2009. Disponível em http://acoustics.ippt.gov.pl/index.php/aa/article/view/572. Acesso em: 22 de Jan. de 2018.

PU, H.; QIU, X.; WANG, J. Different sound decay patterns and energy feedback in coupled volumes. Journal of the Acoustical Society of America, v. 129, n. 4, p. 1972–1980, 2011. doi: https://doi.org/10.1121/1.3553223

SABINE, W. C. Collected papers on acoustics. London, U.K.: Cambridge : Harvard University Press, 1922.

XIANG, N. et al. Investigation on the effect of aperture sizes and receiver positions in coupled rooms. Journal of the Acoustical Society of America, v. 133, n. 6, p. 3975–3985, 2013. doi: https://doi.org/10.1121/1.4802740

A PARC Pesquida em Arquitetura e Construção utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.