Banner Portal
Conforto térmico da arquitetura vernacular produzida pelos descendentes da Pomerânia no sul do Brasil
PDF

Palavras-chave

Tipologias arquitetônicas. Simulação computacional. Desempenho térmico. Índice de conforto.

Como Citar

TREICHEL, Suzana Zehetmeyer; SILVA, Antonio Cesar Silveira Baptista da; OLIVEIRA, Ana Lúcia Costa de. Conforto térmico da arquitetura vernacular produzida pelos descendentes da Pomerânia no sul do Brasil. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 10, p. e019003, 2019. DOI: 10.20396/parc.v10i0.8652296. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8652296. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo visou caracterizar o conforto térmico da arquitetura vernacular produzida por descendentes Pomeranos na região Sul do Brasil, a partir da coleta de dados in situ de características externas e internas. Para as características externas, foram analisadas um total de 126 casas. Com esses dados, foi realizada uma classificação preliminar dos tipos arquitetônicos da região. Após essa etapa, foram selecionadas 18 casas, das 126 analisadas anteriormente, para a coleta de dados arquitetônicos e construtivos. Com essa nova análise, se obteve a classificação final de quatro tipos arquitetônicos, com materiais e períodos construtivos distintos. Os quatro tipos selecionados estão em um recorte temporal de 100 anos (1870 a 1970), e foram analisados quanto ao conforto térmico. Foi possível observar que os diferentes tipos não apresentaram índices elevados de conforto. Observou-se também que a orientação solar pouco influenciou nas questões de conforto, assim como também não foram observadas diferenças significativas entre os diferentes tipos, embora as casas do Tipo IV terem apresentado uma sutil melhora de conforto térmico, quando comparado com os demais tipos arquitetônicos. Essas poucas variações do comportamento térmico entre as diferentes orientações solares e os diferentes tipos arquitetônicos podem ser explicadas pela elevada capacidade térmica das paredes e a pequena área de abertura na fachada que as casas apresentam, mantendo as temperaturas internas com menor variação, em relação ao ambiente externo. Através deste trabalho foi possível abordar a complexa interação entre clima, cultura e tecnologia nas habitações estudadas.

https://doi.org/10.20396/parc.v10i0.8652296
PDF

Referências

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de edificações. Rio de Janeiro, 2005.

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Köppen Climate Classification Map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v.22, n.6, p. 711-728, 2014. DOI:http://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507

ASHRAE – AMERICAN NATIONAL STANDARD INSTITUTE/ AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIRCONDITIONING ENGINEERS. Standard – 55: Thermal environmental conditions for human occupancy. Atlanta, 2017.

BODAC, S.; LANG, W.; HAMHABER, J. Climate Responsive Building Design Strategies of Vernacular Architecture in Nepal. Energy and Buildings, v.81, p. 227-242, 2014. DOI:http://dx.doi.org/10.1016/j.enbuild.2014.06.022

ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A. J. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. 4. edição. São Paulo: McGraw-Hill, Bookman, 2012. 902 p.

CIBSE - CHARTERED INSTITUTION OF BUILDING SERVICES ENGINEERS. Guide A: Environmental Design. 7. ed. London: CIBSE, 2006.

CHANDEL, S. S.; SHARMA, V.; MARWAH, B. M. Review of energy Efficient Features in Vernacular Architecture for Improving Indoor Thermal Comfort Conditions. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v.65, p. 459-477, 2016. DOI:http://dx.doi.org/10.1016/j.rser.2016.07.038

DESOGUS, G.; CANNAS, L. G. F.; SANNA, A. Bioclimatic Lessons from Mediterranean Vernacular Architecture: The Sardinian Case Study. Energy and Buildings, v.129, p. 574-588, 2016. DOI:http://dx.doi.org/10.1016/j.enbuild.2016.07.051

GRANZOW, K. Pomeranos sob o Cruzeiro do Sul: colonos alemães no Brasil. Arquivo público do estado do Espírito Santo. Vitória, 2009. 146 p.

HAMMES, E. L. A imigração alemã para São Lourenço do Sul – Da formação de sua colônia aos primeiros anos após seu sesquicentário. 1. ed. São Leopoldo: Studio Zeus, 2014. 734 p.

HELENA, C. Bioclimatism in vernacular architecture. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v.2, n.1, p. 67-87, 1998.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA –. Censo Agropecuário 2006. Disponível em: www.ibge.org.br. Acessado em: 05/04/2017.

KALOGIROU, S. A.; FLORIDES, G.; TASSOU, S. Energy Analysis of Buildings Employing Thermal Mass in Cyprus. Renewable Energy, v.27, n.3, p. 353-368, 2002. DOI:http://doi.org/10. 1016/S0960-1481 (02)00007-1

KRONE, E. E. Comida, Memória e Patrimônio Cultural: A Construção da Pomeranidade no Extremo Sul do Brasil. 2014. 175 p. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Programa de Pós Graduação em Antropologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2014.

LEO SAMUEL, D. G.; DHARMASASTHA, K.; SHIVA NAGENDRA, S. M.; PRAKASH MAIYA, M. Thermal Comfort in Traditional Buildings Composed of Local and Modern Construction Materials. International Journal of Sustainable Built Environment, v.6, n.2, p. 463-475, 2017. DOI:http://doi.org/10.1016/j.ijsbe.2017.08.001

MARTINS, D. J.; RAU, S. L.; RECKZIEGEL, S.; FERRUGEM, A. P.; SILVA, A. C. S. B. Ensaio Sobre a Utilização de Aberturas na Simulação do Desempenho Térmico de Edificações. In: ENCONTRO NACIONAL. & ENCONTRO LATINO AMERICANO DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 6., Natal, 2009. Anais [...]. Natal: ENTAC, 2009. p. 865-874.

MICHAEL, A.; DESMOSTHENOUS, D.; PHILOKYPROU, M. Natural Ventilation for Cooling in Mediterranean Climate: A Case Study in Vernacular Architecture of Cyprus. Energy and Buildings, v.144, p. 333-345, 2017. DOI:http://dx.doi.org/10.1016/j.enbuild.2017.03.040

PREVITALI, J. M.; ZHAI, Z. A Taxonomy of Vernacular Architecture an Addendum to “Ancient Vernacular Architecture: Characteristics Categorization and Energy Performance Evaluation”. Energy and Buildings, v.110, p. 71-78, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.enbuild.2015.10.015

PROCEL - PROGRAMA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA. Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética nas Edificações Residenciais, RTQ-R. 2012. Disponível em: www.procelinfo.com.br. Acesso em: 05/04/2017.

RAKOTO-JOSEPH, O.; GARDE, F.; DAVID, M.; ADELARD, L.; RANDRIAMANANTANY, Z. A. Development of Climate Zones and Passive Solar Design in Madagascar. Energy Conversion and Management, v.50, n.4, p. 1004-1010, 2009. DOI:http://dx.doi.org/10.1016/j.enconman.2008.12.011

SILVA, H. S.; SANTOS, M. C. O. O Significado do Conforto no Ambiente Residencial. Cadernos do PROARQ, v.18, p. 136-151, 2012.

SOLEYMANPOUR, R.; PARSAEE, N.; BANAEI, M. Climate Comfort Comparison of Vernacular and Contemporary Houses of Iran. Procedia – Social and Behavioral Sciences, v.201, p. 49-61, 2015. DOI:https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.08.118

SUPIC, P. Vernacular Architecture: A Lesson of the Past for the Future. Energy and Buildings, v.5, p. 43-54, 1982.

THUM, C. Educação, História e Memória: silêncios e Reinvenções Pomeranas na Serra dos Tapes. 2009. 384 p. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós Graduação em Educação, universidade Vale dos Sinos, São Leopoldo, 2009.

WESTPHAL, F. S. Análise de Incertezas e de Sensibilidade Aplicadas à Simulação de Desempenho Energético de Edificações Comerciais. 2007. 147 p. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção

Downloads

Não há dados estatísticos.