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A percepção térmica de idosos brasileiros em sala com ar condicionado: uma abordagem inicial
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Palavras-chave

Percepção térmica. Sensação térmica. Idosos. PMV.

Como Citar

MONTANHEIRO, Fabiana Padilha; FARIA, João Roberto Gomes de. A percepção térmica de idosos brasileiros em sala com ar condicionado: uma abordagem inicial. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 7, n. 4, p. 202–210, 2016. DOI: 10.20396/parc.v7i4.8648216. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8648216. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Apesar do envelhecimento da população de forma geral e, em particular, no Brasil, não há até o momento pesquisas sobre a percepção térmica do idoso no país. As informações disponíveis são baseadas em estudos realizados em climas diversos dos brasileiros. O objetivo do presente trabalho foi avaliar se existem alterações significativas na percepção térmica de idosos em relação à de indivíduos mais jovens. Numa sala com ar condicionado foram medidas suas variáveis térmicas e aplicado um questionário a uma amostra de idosos. As respostas a questões sobre percepção térmica relatada pelos sujeitos (PT), conforto e preferência térmica, aceitabilidade e tolerância pessoal foram relacionadas com as respectivas temperaturas operacionais e essas com as calculadas pelo PMV (referência para não idosos). A temperatura operativa média de neutralidade (PT = 0) foi menor que a calculada pelo PMV, ou seja, menor do que a preferida por não idosos; além disso, a faixa de temperatura operativa de conforto térmico de idosos é também maior que a de não idosos. Os resultados divergem, em princípio, dos encontrados na bibliografia internacional, ao encontrar temperaturas de conforto para idosos menores do que para não idosos, mas eles podem ser amparados em trabalhos mais recentes, os quais envolvem termometria circadiana. Outras respostas ao questionário mostram que o PMV não é um bom previsor de condições de conforto térmico para idosos. Como este é o primeiro trabalho sobre o tema no Brasil, ele abre uma discussão e convida pesquisadores a realizar estudos similares para sua validação.

https://doi.org/10.20396/parc.v7i4.8648216
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