Banner Portal
Impactos climáticos no complexo de favelas da maré
PDF (English)

Palavras-chave

Assentamentos precários
Qualidade ambiental
Ilhas de calor
Simulação computacional

Como Citar

BASTOS, Lucivaldo Dias; DRACH, Patricia Regina Chaves; MIYAMOTO, James Shoiti. Impactos climáticos no complexo de favelas da maré. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 13, n. 00, p. e022024, 2022. DOI: 10.20396/parc.v13i00.8665861. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8665861. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

As ações antropogênicas têm acarretado crescentes e alarmantes impactos climáticos em diferentes regiões do planeta. Em um mundo predominantemente urbano, o aquecimento global não distingue meios naturais ou híbridos, tampouco assentamentos urbanos formais ou informais. O Rio de Janeiro é representativo das iniquidades sociais do país que afetam mais fortemente as camadas mais pobres da sociedade. Dar atenção às favelas e suas populações representa um objetivo importante e original, pois traz previsibilidade às ações locais e regionais relacionadas aos grupamentos vulnerabilizados, além de conscientização frente aos problemas ambientais. Atualmente, há cerca de 1.000 favelas na cidade, com predomínio de cerca de 45% da população moradora de favelas na Área de Planejamento (AP-3). O presente trabalho se concentra em uma das 16 comunidades que conformam o enorme e emblemático Conjunto de Favelas da Maré, com cerca de 140.000 moradores: a Nova Holanda, com 14.000 moradores. Um assentamento, em essência planejado (1962), que surgiu em função das políticas remocionistas. O estudo destaca como ações antrópicas descuidadas podem resultar em impactos ambientais em assentamentos precários, com particularidade em favelas. A metodologia adotada é baseada em simulações computacionais relativas ao microclima, realizadas principalmente através do programa ENVI-met 3.1. Este estudo, que emerge dos campos das ciências ambientais e do urbanismo, tem como relevância desenvolver diagnósticos de forma a fornecer subsídios para futuras propostas de requalificação de favelas, partindo, portanto, de conceitos e diretrizes adotados normalmente para as ditas “áreas formais” da cidade, mesmo com possíveis adaptações.

https://doi.org/10.20396/parc.v13i00.8665861
PDF (English)

Referências

ABREU, Maurício. A evolução urbana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Instituto Pereira Passos, 2013. 156 p.

AMADOR, E. S. Baía de Guanabara: ocupação histórica e avaliação ambiental. Rio de Janeiro: Interciência, 2013. 510 p.

ASSIS, E. S. Aplicações da Climatologia Urbana no Planejamento da Cidade: Revisão dos Estudos Brasileiros. Revista de Arquitetura e Urbanismo, v. 7, n. 1, p. 20–25, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/rua/article/view/3149/2261. Acesso em 20 jan. 2022.

BARBOSA, G. S.; DRACH, P. R. C.; CORBELLA, O. D. Intraurban Temperature Variations: Urban Morphologies of the Densification Process of Copacabana Neighborhood, Brazil. Climate, v.7, p.5 - 17, May 2019. DOI: https://doi.org/10.3390/cli7050065.

BRÖDE, P.; FIALA, D.; BŁAŻEJCZYK, K.; HOLMÉR, I.; JENDRITZKY, G.; KAMPMANN, B.; TINZ, B.; HAVENITH, G. Deriving the operational procedure for the universal thermal climate index (UTCI). International Journal of Biometeorology, v. 56, n. 3, p. 481–494, May 2012a. DOI: https://doi.org/10.1007/s00484-011-0454-1.

BRÖDE, P.; KRÜGER, E.L.; ROSSI, F.A.; FIALA, D. Predicting urban outdoor thermal comfort by the Universal Thermal Climate Index UTCI—a case study in Southern Brazil. International Journal of Biometeorology, v. 56, n. 3, p. 471–480, May 2012b. DOI: https://doi.org/10.1007/s00484-011-0452-3.

BRUNA, G. C.; PISANI, M. A. Mudanças climáticas e pobreza: reflexões. Revista Brasileira de Ciências Ambientais, no. 18, p. 49-57, dez. 2010. Disponível em: http://rbciamb.com.br/index.php/Publicacoes_RBCIAMB/issue/view/37/24. Acesso em: 7 mar. 2022.

CARFAN, A. C.; GALVANI, E.; NERY, J. T. Study of the microclimate effect in the urban vertical structure in Ourinhos, São Paulo State. Acta Scientiarum. Technology, 34(3), p. 313-320, 2012. DOI: https://doi.org/10.4025/actascitechnol.v34i3.12322

CARVALHO, C. “Cidades” dentro da cidade? A Estrutura Socioespacial de Favelas Cariocas no Período Lula (2003-2010). 2016. 148 f. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) - Curso de Planejamento Urbano e Regional, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

CHOW, W. T. L.; POPE, R. L.; MARTIN, Chris A.; BRAZEL, A. J. Observing and modeling the nocturnal park cool island of an arid city: horizontal and vertical impacts. Theoretical and Applied Climatology, v. 103, n. 1-2, p. 197-211, 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s00704-010-0293-8.

DINIZ, E.; BELFORT, M. C.; RIBEIRO, P. Memória e identidade dos moradores de Nova Holanda. Rio de Janeiro: Redes da Maré, 2012. 87 p.

ÉGERHÁZI, L. A.; KOVÁCS, A.; UNGER, J. Application of Microclimate Modelling and Onsite Survey in Planning Practice Related to an Urban Micro-Environment. Advances in Meteorology, v. 2013, p. 1-10, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1155/2013/251586.

EMMANUEL, R. An Urban Approach to Climate-Sensitive Design: Strategies for the tropics. London: Taylor & Francis, 2005. 208 p.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2010: Aglomerados Subnormais. Primeiros resultados. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. 259 p. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/92/cd_2010_aglomerados_subnormais.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022.

IPCC. INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Global warming of 1,5°C: special report. IPCC, 2018. Disponível em: https://www.ipcc.ch/sr15/. Acesso em 18 jan. 2022.

KRÜGER, E.L.; MINELLA, F. O.; RASIA, F. Impact of urban geometry on outdoor thermal comfort and air quality from field measurements in Curitiba, Brazil. Building and Environment, v. 46, n. 3, p. 621-634, Mar. 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.buildenv.2010.09.006.

KRÜGER, E.; ROSSI, F.; DRACH, P. Calibration of the physiological equivalent temperature index for three different climatic regions. International Journal of Biometeorology, v. 61, p. 1323–1336. 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s00484-017-1310-8.

MATZARAKIS, A.; MAYER, H. Another kind of environmental stress: thermal stress. WHO newsletter, n. 18, p. 7-10. 1996.

MATZARAKIS, A.; RUTZ, F.; MAYER, H. Modelling radiation fluxes in simple and complex environments: application of the RayMan model. International Journal of Biometeorology, v. 54, p. 323-334, 2007. DOI: https://doi.org/10.1007/s00484-006-0061-8.

MIDDEL, A.; CHHETRI, N.; QUAY, R. Urban forestry and cool roofs: assessment of heat mitigation strategies in Phoenix residential neighborhoods. Urban Forestry & Urban Greening, v. 14, n. 1, p. 178-186, 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ufug.2014.09.010.

NG, E.; CHEN, L.; WANG, Y.; YUAN, C. A study on the cooling effects of greening in a high-density city: an experience from Hong Kong. Building and Environment, v. 47, p. 256-271, Jan. 2012. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.buildenv.2011.07.014.

NYSTROM, K. C.; SCHUG, G. R. A bioarchaeology of social inequality and environmental change. In: SCHUG, G. R. (ed.). The Routledge Handbook of the Bioarchaeology of Climate and Environmental Change. Abingdon: Routledge, 2020. p. 159–188.

OLIVEIRA, S.; ANDRADE, H.; VAZ, T. The cooling effect of green spaces as a contribution to the mitigation of urban heat: a case study in Lisbon. Building and Environment, v.46, n.11, p. 2186-2194, 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2011.04.034.

PASTERNAK, S.; D'OTTAVIANO, C. Favelas no Brasil e em São Paulo: avanços nas análises a partir da Leitura Territorial do Censo de 2010. Cadernos Metrópole, v. 18, n. 35, p. 75-100, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2236-9996.2016-3504.

REDES DA MARÉ. Censo Populacional da Maré: Rio de Janeiro: Redes da Maré, 2019. 108 p. Disponível em: https://www.redesdamare.org.br/media/downloads/arquivos/CensoMare_WEB_04MAI.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021.

REDES DA MARÉ; OBSERVATÓRIO DE FAVELAS. Guia de Ruas: Maré 2014. Rio de Janeiro: Redes da Maré; Observatório de Favelas, 2014. Disponível em: http://redesdamare.org.br/media/livros/GuiaMare_26mai.pdf . Acesso em: 23 abr. 2021.

SILVA, J. S.; LANNES-FERNANDES, F.; BARBOSA, J. L.; BITETI, M. O. (org.). O que é favela, afinal? Rio de Janeiro: Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, 2009. 104 p.

SILVA, A. M. M.; BARBOSA, G. S.; DRACH, P. R. C. Avaliação de vizinhança LEED e análise microclimática. Revista de Morfologia Urbana, v.8, n. 1, 2020. DOI: https://doi.org/10.47235/rmu.v8i1.91.

TALEGHANI, M.; KLEEREKOPER, L.; TENPIERIK, M.; VAN DEN DOBBELSTEEN, A. Outdoor thermal comfort within five different urban forms in the Netherlands. Building and Environment, v. 83, p. 65-78, Jan. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.buildenv.2014.03.014.

UNITED NATIONS. Nova Agenda Urbana: Habitat III. Declaração de Quito sobre Cidades e Assentamentos Humanos Sustentáveis para Todos. Quito: UN, 2016. 54 p. Disponível em: https://habitat3.org/wp-content/uploads/NUA-Portuguese.pdf. Acesso em: 20 mar. 2021.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção

Downloads

Não há dados estatísticos.