Banner Portal
Formar, não treinar: o lugar da palavra
Remote

Palavras-chave

Formar. Treinar. Língua. Transmissão. Comunicação. Norma

Como Citar

ROSA, Maria Inês. Formar, não treinar: o lugar da palavra. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 21, n. 3, p. 155–172, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643329. Acesso em: 30 jun. 2024.

Resumo

Indiscriminam-se a formação(formar) e o treinamento(treinar), cada vez mais de modo generalizado e arraigado, quer no sistema de ensino regular, quer fora dele, no social, no momento presente, na sociedade brasileira. Com isso não há distinção entre ambos, tampouco entre as especificidades que os configuram. Preocupamo-nos em distinguir forma[r]ção e treina[r]namento sob a problemática do “sujeito”. Nesta distinção é destacado que a língua - a palavra - se situa no domínio da formação e esta, no da transmissão de conhecimentos, em que tem lugar a permanente tensão das dimensões do tempo criador (subjetivo) e de média da norma ao aceder-se aos conhecimentos; já a comunicação destes coloca-se no âmbito do treinamento, com a prevalência da segunda dimensão da norma nesse acesso. Aí a língua é reduzida a instrumento. É graças a essa distinção que são considerados os denominados “cursos” de “treinamento”, de “capacitação”, de “atualização” e/ou de “reciclagem” e cursos a distância/não presenciais.

Abstract:

Education (to educate) and training (to train) have become increasingly more indistinct from one another in a broad and widespread manner, whether in the regular school system or outside it, in the current Brazilian society. As a result, no differences remain between them and their distinguishing features have become blurred. We are concerned about making a distinction between education (to educate) and training (to train) from the standpoint of the “subject”. Under this differentiation, language - the word- belongs to the domain of education, which, in turn, belongs to the domain of knowledge transmission, where a permanent tension exists between the dimensions of creating time (subjective) and those of the average rule when a person has access to knowledge, whereas the communication of knowledge belongs to the domain of training and the second dimension of the rule prevails in this process of having access to knowledge. In this case, language is reduced to becoming an instrument. In the light of this differentiation, the so-called “training courses”, “skill-enhancing courses”, “update courses and/or “refresher courses” and “distance learning courses/courses, which lack the physical presence of the teacher”, are evaluated.

Key words: Educate. Train. Language. Transmission. Communication. Rule

Remote

Referências

ARENDT, Hannah. Pensamento e considerações morais. In: ARENDT, Hannah. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p. 226-257, p. 375.

BRYAN, Newton Antonio Paciulli. Educação, processo de trabalho e desenvolvimento econômico. Campinas: Átomo e Alínea, 2008. p. 165.

ELIAS, Norbert. Qu´est ce que la socilogie? [s.l.]. De L’ Aube, 1991. p. 223.

ELIAS, Norbert. Teoria simbólica. Oeiras: Celta, 1994. p. 149.

GONÇALVES, Paulo Celso Costa. Formação do trabalhador e ensino profissional. A Escola Profissional Masculina de Rio Claro. 2001. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 189 p.

JOAZEIRO, Edna Maria Goulart. Estágio supervisionado. Experiência e conhecimento. São Paulo: ESETec, 2002. p. 171.

LANDA, Fábio. A loucura da língua e o assassinato do vivente. Pro-Posições, Campinas, v. 13, n. 3(39), p. 11-17, set./dez. 2002.

ROSA, Maria Inês. Trabalho, subjetividade e poder. São Paulo: Letras & Letras; EDUSP, 2002. p. 228.

ROSA, Maria Inês. Usos de si e testemunhos de trabalhadores. Com estudo crítico da Sociologia Industrial e da reestruturação produtiva. São Paulo: Letras & Letras, 2004. p. 357.

ROSA, Maria Inês. Privilégio e apagamento do “sujeito”. Educação: teoria e prática, Rio Claro, v. 18, n. 31, p. 87-102, jul./dez. 2008.

SCHWARTZ, Yves. Les ingrédients de la compétence: un exercice nécessaire pour une question insoluble. Éducation Permanente, Paris, n. 133, p. 9-34, abr. 1997. Tradução de Alain P. François, Revisão técnica de Maria Inês Rosa. Publicado: Educação & Sociedade, Campinas, n. 65, p. 101-139, dez. 1998.

SCHWARTZ, Yves. Langue, parole, usage de la langue. In: SCHWARTZ, Yves. Expérience et connaissance du travail. Paris, Messidor/Ed. Sociales, 1988. p. 224-233, p. 907.

SCHWARTZ, Yves. Travail et l´usage de soi. In: SCHWARTZ, Yves. Travail et philosophie. Convocations mutuelles. Toulose: Octares Ed., 1992, p. 43-66, p. 256. Publicado: revista ProPosições, Campinas, v. 11, n. 2 (32). p. 34-50, jul. 2000a.

SCHWARTZ, Yves. Le travail comme expérience et les critères du taylorisme. In: SCHWARTZ, Yves. Le paradigme ergologique ou un métier de Philosophe. Toulouse: Octarès, 2000b. p. 333- 358, p. 763.

SCHWARTZ, Yves. Transmettre. Texto apresentado aos RENCONTRES APST-APRIT, 4. Université de Provence-Aix-Marseille I, France, 24 juin 2004. Mimeo, 12 páginas. Publicado: Revista Pro-Posições, Campinas, v. 16, n. 3(48), p. 229-244, set./dez. 2005.

SOUZA, Dorival Pereira de. ‘Novo’ modelo de formação no SENAI. 2006. Dissertação (Mestrado em Educação) — Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 126 p.

Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.