Banner Portal
A centralidade em educação e em saúde básicas: a estratégia político-ideológica da globalização
PDF

Palavras-chave

Desenvolvimento. Globalização. Políticas de ajuste econômico. Educação
saúde

Como Citar

FIGUEIREDO, Ireni Marilene Zago. A centralidade em educação e em saúde básicas: a estratégia político-ideológica da globalização. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 19, n. 1, p. 173–187, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643505. Acesso em: 6 dez. 2024.

Resumo

No contexto da globalização, a concepção de crescimento/desenvolvimento está orientada na direção do mercado e da competitividade internacional, sustentada por políticas de ajuste econômico que têm produzido um quadro considerável de exclusão social. Diante desse cenário, que representa uma ameaça à estabilidade do sistema, os organismos internacionais, o FMI, o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)/Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), têm alertado os governos sobre a gravidade do problema e enfatizado a necessidade de intervenção, por parte do Estado, em serviços sociais como a educação e a saúde básicas. Neste artigo, sustentamos que a ênfase na educação e na saúde básicas é parte integrante das estratégias político-ideológicas da globalização e, portanto, constituem-se em variáveis fundamentais no processo de implementação das políticas de ajuste econômico para manter a pobreza em níveis suportáveis, contribuindo, assim, para a estabilidade política e social.

Abstract:

In the context of globalization, the conception of growth/development is oriented towards the market and international competitiveness, which, in its turn, is supported by economic adjustment policies that have produced a considerable social exclusion environment. In face of this situation, which has been threatening the system stability, the international organisms, the IMF, the International Bank for Reconstruction and Development (IBRD)/ World Bank and the Inter-American Development Bank (IDB), have alerted the governments on the seriousness of the problem and emphasized the need for State intervention in social services such as basic education and health. In this article, we state that focusing on basic education and health is an important part of the political ideological strategies in globalization and, therefore, they are vital variables in the process of implementation of economic adjustment policies to keep poverty at bearable levels, contributing, thus, for social and political stability.

Key words: Development. Globalization. Economic adjustment policies. Education. Health

PDF

Referências

BANCO MUNDIAL. Cem países: dois bilhões de seres. A dimensão do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, Serv. de Publicações, 1974.

BANCO MUNDIAL. Educación. Documento de Política Sectorial. Washington, D.C., 1975.

BANCO MUNDIAL. Education. Politique sectorielle. 3.ed. Washington, D.C., 1980.

BANCO MUNDIAL. Prioridades y estrategias para la educación: estudio sectorial del Banco Mundial. Versão Preliminar. Washington, D.C. Mayo, 1995.

BANCO MUNDIAL. Relatório n.20160-BR. Washington, D.C., 6 de março de 2000. In: BARROS, F. (org.). As estratégias dos bancos multilaterais para o Brasil (2000-2003). Brasília: Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, 2001.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento mundial de 1993: investindo em saúde. Rio de Janeiro: FGV, 1993.

BANCO MUNDIAL. O Estado num mundo em transformação. Relatório sobre o desenvolvimento mundial. Washington, 1997.

BID. Brasil. Documento de País. Versão Final. (GN-2104-1). Washington, D.C., 7 de julho de 2000. In: BARROS, F. (org.). As estratégias dos bancos multilaterais para o Brasil (2000- 2003). Brasília: Rede Brasil, 2001.

DAIN, S. O financiamento público na perspectiva da política social. Revista Economia e Sociedade (17), p.113-140, dez. 2001 DEITOS, R. A. O capital financeiro e a educação no Brasil. 2005. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Campinas, SP.

DEITOS, R. A. Ensino médio e profissional e seus vínculos com o BID/BIRD: os motivos financeiros e as razões ideológicas da política educacional. Cascavel-PR: Edunioeste, 2001.

FIGUEIREDO, I. M. Z. Desenvolvimento, globalização e políticas sociais: um exame das determinações contextuais dos projetos de reforma da educação e da saúde brasileiras da última década. 2006. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Campinas, SP.

GONÇALVES, R.; POMAR, V. O Brasil endividado. Como a nossa dívida externa aumentou mais de 100 bilhões de dólares nos anos 90. São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2001.

GONZALEZ, M. J. F. et al. O Brasil e o Banco Mundial: um diagnóstico das relações econômicas: 1949-1989. Rio de Janeiro: IPEA/SEPLAN, 1990.

LEHER, R. Da ideologia do desenvolvimento à ideologia da globalização: a educação como estratégia do Banco Mundial para “alívio” da pobreza. 1998. Tese (Doutorado em Educação).

Faculdade de Educação – Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.

LICHTENSZTEJN, S.; BAER, M. Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial: estratégias e políticas do poder financeiro. Tradução de: Nathan Giraldi. São Paulo: Brasiliense, 1987.

MCNAMARA, R. S. Objetivos del Banco Mundial en relación con el crecimiento económico. Centro de Estudios Monetarios Latinoamericanos. Boletín. V. XXV, n.1, ene.-feb. 1979.

NAGEL, L. H. O conhecimento a serviço do desenvolvimento: Uma revolução “conceitual” e prática. (mimeo). 2000.

NOGUEIRA, F. M. G. Ajuda externa para a educação brasileira: da USAID ao Banco Mundial. Cascavel: Edunioeste, 1999.

OMS/UNICEF. DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA. Conferência Internacional sobre Atenção Primária em Saúde. URSS, 1978. Editado pelo Departamento de Informação e Educação.

BEMFAM – Sociedade Civil Bem-Estar Família no Brasil.

SILVA, M. A. da. Intervenção e consentimento: a política educacional do Banco Mundial. Campinas, SP: Autores Associados / São Paulo: FAPESP, 2002.

SOARES, L. T. Ajuste neoliberal e desajuste social na América Latina. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

SOARES, L. T. Os custos sociais do ajuste neoliberal na América Latina. São Paulo: Cortez, 2002.

TAVARES, M. C.; FIORI, J. L. (Des)Ajuste global e modernização conservadora. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

TEIXEIRA, A. O ajuste impossível: um estudo sobre a desestruturação da ordem econômica mundial e seu impacto sobre o Brasil. 1993. Tese (Doutorado em Economia) Instituto de Economia – Universidade Estadual de Campinas, Campinas,SP.

Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.