Resumo
Novas formas de esquecimento são produzidas na sociedade cujo acesso às redes sociais permite a lembrança imediata de tudo e de todos. Esse tipo de fenômeno ocorre na medida em que as informações acessadas online não são relacionadas entre si, produzindo-se, dessa forma, um tipo de fragmentação do pensamento que desconsidera os vínculos históricos que as entrelaçam. Fundamentados principalmente nos escritos de Adorno, Türcke, Kellner e Share, os autores deste artigo têm, como principal objetivo, investigar o modo como a revitalização de conceitos, tais como indústria cultural e semiformação, torna-se fundamental para que seja possível a elaboração de pressupostos da alfabetização crítica da mídia digital. Conclui-se que, em tempos digitais, nos quais impera a semiformação pautada na concentração dispersa, faz-se absolutamente necessária a rememoração dos vínculos históricos das informações para que se possa fomentar a elaboração do pensamento crítico.Referências
Adorno, T. W. (1971). Erziehung zur Mündigkeit. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag.
Adorno, T. (1986). A indústria cultural. In G. Cohn (Org.), Theodor W. Adorno (pp.92-99, Coleção Grandes cientistas sociais). São Paulo: Ática.
Adorno, T. W. (1995). Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Adorno, T. (2010). Teoria da semiformação. In B. Pucci, A. A. S. Zuin, & L. A. C. B. Lastória (Orgs.), Teoria crítica e inconformismo: novas perspectivas de pesquisa (pp.7-40). Campinas: Autores Associados.
Anders, G. (2002). Die Antiquiertheit des Menschen I. München: C. H. Beck.
Benjamin, W. (1972). Denkbilder. In W. Benjamin, Gesammelte Schriften, Bd. IV. (pp.305- 439). Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag.
Berry, D. M. (2014). Critical theory and the digital. London: Bloomsbury.
Chen, C. H. (2010). Why do teachers not practice what they believe regarding technology integration? The Journal of Education Research, 102(1), 65-75.
Crary, J. (2014). 24/7 – Capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo: Cosac Naify. Debord, G. (1997). A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto.
Duarte, R. (2007). Teoria crítica da indústria cultural. Belo Horizonte: Editora da UFMG.
Freud, S. (1969). Algumas reflexões sobre a psicologia escolar – Edição brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (vol. XIII). Rio de Janeiro: Imago.
Freud, S. (2010). Obras completas, volume 10. São Paulo: Companhia das Letras.
Kellner, D., & Share, J. (2007). Critical media literacy is not an option. Learn Inq., 1, 59-69.
Lash, S., & Lury, C. (2007). Cultural global industry. Cambridge: Polity.
Postman, N. (2005). O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia editorial.
Skinner, B. F. (1972). Tecnologia do ensino. São Paulo: E.P.U Editora Pedagógica e Universitária.
Türcke, C. (2010). Sociedade excitada: filosofia da sensação. Campinas: Editora da Unicamp.
Türcke, C. (2012). Vício e fundamentalismo. In A. A. S. Zuin, L. A. Lastória, & Gomes, L. R., Teoria crítica e formação cultural: aspectos filosóficos e sociopolíticos (pp.1-15). Campinas: Autores Associados.
Vogl-Bauer, S. (2014). When disgruntled students go to extremes: The cyberbullying of instructors. Communication Education, 63(4), 429-448.
Zuin, A. A. S., Pucci, B., & Lastória, L. R. (2015). 10 lições sobre Adorno. Petrópolis: Vozes.
Zuin, V. G., & Borgonove, C. M. (2016). Environmental education in distance learning in Environmental Engineering at Federal University of São Carlos, Brazil: potentialities and limitations towards a critical techno-scientific education. Brazilian Journal of Science and Technology, 3, 1-14.
A Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.