Resumo
O texto inicia com um procedimento onírico. Compartilha várias questões sobre a categoria conceitual e analítica acerca do sonho da Docência. Antes, de modo aforismático, numa sequência de quadros que se sucedem, situa o fundo comum de estudos já desenvolvidos, em seu terreno trópico ou curiológico: lá onde conceitos, sentidos, proposições e teses — sobre Docência, Arquivo, Currículo, Didática, Aula, EIS AICE, Tradução, Professor, Poesia — mergulham no discurso onírico e nele se enrodilham como gavinhas. Apresenta então pontos de sonho, em sua historicidade, áreas de saber, problematizações e acionamentos, por parte da pesquisa educacional, além de suas relações com a escrileitura e com a morte. Configura, assim, o estágio atual da pesquisa oneirocrítica; a qual, em rede, colhe meteoros e come poeira do deserto. Ao mesmo tempo em que aponta a prudência de, na atualidade, gravar o seguinte epitáfio coletivo: É sinistro como executamos crueldades contra a nossa própria docência.
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