Resumo
Neste trabalho questionamos as (im)possibilidades de constituição de experiências, a partir das relações estabelecidas com os produtos culturais mercantilizados. Tomando como objeto o turismo de excursão, analisamos especificamente a relação dos sujeitos com os objetos/atrações. A partir dos dados obtidos com entrevistas e observações, evidenciamos que o turista assume uma disposição para a novidade, tornada habitual no interior da viagem, assim como dá preferência a uma relação de proximidade com os objetos, o que se expressa, entre outros aspectos, no impulso de apropriar-se deles por meio de suas imagens e dados informativos. A excursão como um todo e as atividades que a compõem se sucedem para o turista como vivência de choque, implicando no enfraquecimento das forças mnemônicas (e por isso o caráter imprescindível do uso do recurso fotográfico, mesmo efêmero) e miméticas (e por isso a valorização da apreensão direta do objeto pela informação).
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