Resumo
Este artigo propõe uma discussão teórica que articula, a partir dos Estudos Culturais, os Estudos Sociais da Infância e os conceitos de identidade e cultura. O recorte teórico se atém aos diálogos possíveis entre a concepção de identidade cultural pós-estruturalista, postulada por Stuart Hall, e o conceito de reprodução interpretativa, de William Corsaro, para compreender a socialização infantil como decorrentes das experiências partilhadas pelas crianças, em suas relações com seus pares e com os adultos. Assim, propõe-se o uso do conceito de identidade cultural como possibilidade para os estudos das crianças, devido à sua contribuição para a reflexão sobre o contexto cultural em que estão inseridas e, portanto, realizam sua reprodução interpretativa.
Referências
Abramowicz, A., & Moruzzi, A. B. (2016). Infância na contemporaneidade: Questões para os estudos sociológicos da infância. Crítica Educativa, 2(2), 25-37. https://doi.org/10.22476/revcted.v2i2.94
Abramowicz, A., & Oliveira, F. (2010). A Sociologia da Infância no Brasil: Uma área em construção. Educação (UFSM), 35(1), 39-52. https://doi.org/10.5902/198464441602
Alanen, L. (2010). Teoria do bem-estar das crianças. Cadernos de Pesquisa, 40(141), 751-775. https://doi.org/10.1590/S0100-15742010000300005
Alexander, J. C. (1987). O novo movimento teórico. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2(4), 5-28.
Bourdieu, P. (1989). O poder simbólico Difel.
Corsaro, W. A. (2003). “We’re friends, right?”: Inside kids’ culture Joseph Henry Press.
Corsaro, W. A. (2009). Reprodução Interpretativa e Cultura de Pares. In F. Müller & A. M. A. Carvalho (Orgs.), Teoria e prática na pesquisa com crianças: Diálogos com William Corsaro (pp. 31-50). Cortez.
Corsaro, W. A. (2011). Sociologia da Infância (2a ed.). Artmed.
Durkheim, E. (1967). Educação e sociologia Melhoramentos.
Durkheim, E. (1983). Lições de sociologia: A moral, o direito e o estado T/A Queirós.
Escosteguy, A. C. D. (2010). Cartografias dos Estudos Culturais: Uma versão latino-americana Autêntica.
Featherstone, M. (1997). O desmanche da cultura Editora Sesc SP; Studio Nobel.
Foucault, M. (1996). A ordem do discurso Loyola.
Giddens, A. (1999). Estruturalismo, pós-estruturalismo e a produção da cultura. In A. Giddens & J. Turner, Teoria Social hoje (pp. 175-228). Editora Unesp.
Grigorowitschs, T. (2008). O conceito “socialização” caiu em desuso? Uma análise dos processos de socialização na infância com base em Georg Simmel e George H. Mead. Educação & Sociedade, 29(102), 33-54. https://doi.org/10.1590/S0101-73302008000100003
Grigorowitschs, T. (2010). Jogo, mimese e infância: O papel do jogar infantil nos processos de construção do self Revista Brasileira de Educação, 15(44), 230-406. https://doi.org/10.1590/S1413-24782010000200003
Grigorowitschs, T. (2011). Jogo, mimese e socialização: Os sentidos do jogar coletivo na infância Alameda.
Hall, S. (1997). The centrality of culture: Notes on the cultural revolutions of our time. In K. Thompson (Org.), Media and cultural regulation (pp. 209-236). Sage.
Hall, S. (2003). Da diáspora: Identidades e mediações culturais Editora UFMG.
Hall, S. (2006). A identidade cultural na pós-modernidade (11. ed.). DP&A.
Hall, S. (2013). Quem precisa da identidade? In T. T. Silva, S. Hall, & K. Woodward, Identidade e Diferença: A perspectiva dos estudos culturais (pp. 103-133). Vozes.
Husserl, E. (2001). Meditações cartesianas:Uma introdução à fenomenologia Madras.
Jenks, C. (2002). Constituindo a criança. Revista Educação, Sociedade e Culturas, 17, 185-216.
Johnson, R. (2006). O que é afinal, estudos culturais? In R. Johnson, A. Escosteguy, & N. Schulman, O que é afinal, estudos culturais? (T. T. Silva, Trad., pp. 7-132). Autêntica.
Johnson, R., Escosteguy, A. C., & Schulman, N. (Orgs.). (2004). O que é, afinal, estudos culturais? (T. T. da Silva, Trad.). Autêntica.
Laraia, R. (1988). Cultura um conceito antropológico (3. ed.). Zahar.
Marchi, R. C. (2009). As teorias da socialização e o novo paradigma para os estudos sociais da infância. Educação & Realidade, 34(1), 227-246.
Marchi, R. C. (2017). A criança como ator social: Críticas, réplicas e desafios teóricos e empíricos. Práxis Educativa, 12(2), 617-637. https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.12i2.0019
Marchi, R. C. (2018). Pesquisa etnográfica com crianças: Participação, voz e ética. Educação & Realidade, 43(2), 727-746. https://doi.org/10.1590/2175-623668737
Marchi, R. C., & Sarmento, M. J. (2017). Infância, normatividade e direitos das crianças: Transições contemporâneas. Educação & Sociedade, 38(141), 951-964. https://doi.org/10.1590/ES0101-73302017175137
Mattelart, A., & Neveu, É. (2004). Introdução aos estudos culturais Parábola.
Melucci, A. (2001). A invenção do presente Vozes.
Ortiz, R. (1994). Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense.
Prout, A. (2004). The future of childhood Routledge.
Prout, A. (2010). Reconsiderando a nova sociologia da infância. Cadernos de Pesquisa, 40(141), 729-750.
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In E. Lander (Org.), A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais: Perspectivas latino-americanas (pp. 227-278). Clacso.
Qvortrup, J. (2010). A infância como categoria estrutural. Educação e Pesquisa, 36(2), 631-643.
Qvortrup, J. (2014). Visibilidades das crianças e da infância. Linhas Críticas, 20(41), 23-42. https://doi.org/10.26512/lc.v20i41.4250
Sarmento, M. J. (2003). Imaginário e culturas da infância. Cadernos de Educação, 12(21), 51-69.
Sarmento, M. J. (2004). As culturas da infância nas encruzilhadas da 2ª modernidade. In M. J. Sarmento & A. B. Cerisara, Crianças e miúdos: Perspectivas sociopedagógicas da infância e educação (pp. 9-34). Edições ASA.
Sarmento, M. J. (2005). Gerações e alteridade: Interrogações a partir da sociologia da infância. Educação & Sociedade, 26(91), 361-378.
Sarmento, M. J. (2008). Sociologia da infância: Correntes e confluências. In M. J. Sarmento & M. C. S. Gouvêa (Orgs.), Estudos da Infância: Educação e práticas sociais (pp. 17-39). Vozes.
Sarmento, M. J. (2015). Uma agenda crítica para os estudos da criança. Currículo sem Fronteiras, 15(1), 31-49.
Schutz, A. (1967). The phenomenology of the social world Northwestern University Press.
Silva, T. T. (2013). A produção social da identidade e da diferença. In T. T. Silva, S. Hall, & K. Woodward (Orgs.), Identidade e diferença: A perspectiva dos estudos culturais (pp. 73-102). Vozes.
Thompson, J. B. (1995). Ideologia e cultura moderna: Teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa Vozes.
Weber, M. (1987). A ética protestante e o espírito do capitalismo (5. ed.). Pioneira.
Woodward, K. (2013). Identidade e diferença: Uma introdução teórica e conceitual. In T. T. Silva, S. Hall, & K. Woodward (Orgs.), Identidade e diferença: A perspectiva dos estudos culturais (pp. 7-72). Vozes.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Patrícia Maria Uchôa Simões, Riva Resnick, Cibele Maria Lima Rodrigues