Resumo
Judith Butler explora produtivamente a ampliação do espectro do conceito de “crítica” em Foucault. O nexo entre crítica e formação e entre autocrítica e autoformação permeia a argumentação dos dois autores, mas Butler indica o quanto a própria crítica como virtude, tematizada por Foucault, precisa da dimensão formativa para poder esclarecer a si mesma num contexto teórico pós-fundacionalista e de normatividade não prescritiva. Pretende-se mostrar que, com esse passo, a reconstrução do problema feita por Butler alcança novo patamar, tanto clareando o significado de autoformação do sujeito quanto indicando, com maior precisão, o novo sentido assumido pela noção foucaultiana de “crítica” como virtude.
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