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A musealização da arqueologia pela perspectiva do putafeminismo
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Palavras-chave

Musealização da arqueologia
Trabalhadoras sexuais
Putafeminismo
Exposição
Patrimônio

Como Citar

COSTA, Vanessa Avila; ALFONSO, Louise Prado. A musealização da arqueologia pela perspectiva do putafeminismo: materialidades e narrativas de trabalhadoras sexuais em uma exposição na cidade de Pelotas (RS). Revista Arqueologia Pública, Campinas, SP, v. 16, n. 1, p. 145–165, 2021. DOI: 10.20396/rap.v16i1.8663866. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rap/article/view/8663866. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este artigo propõe a musealização de uma arqueologia que envolva as trabalhadoras sexuais, abarcando suas materialidades e narrativas no espaço dos museus e que considere suas demandas contemporâneas. Partindo dessa perspectiva, reivindicamos um fazer arqueológico engajado com o ativismo político do putafeminismo, movimento este travado por trabalhadoras sexuais, que tem como objetivo lutar contra o estigma que cerca a profissão e pela garantia de direitos trabalhistas. Os museus são espaços que, tradicionalmente, privilegiam uma narrativa hegemônica branca, elitista, androcêntrica e cis[1]heteronormativa, o que acaba por suprimir as histórias de trabalhadoras sexuais. Nesse sentido, nos debruçaremos sobre a experiência de construção do módulo “A luta das trabalhadoras pelo direito de habitar a cidade de Pelotas”, de uma exposição que fez parte das comemorações do Dia do Patrimônio em Pelotas (RS) no ano de 2019.

https://doi.org/10.20396/rap.v16i1.8663866
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Referências

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