Banner Portal
Evolução do Nicho, Circunstâncias Externas, e Transformação da Rede
PDF (English)
PDF Acesso via SciELO (English)

Palavras-chave

Circunstâncias Externas
Expectativas dos Agentes Financiadores
Evolução do Nicho
Transformação da Rede

Como Citar

DIAS, Marcelo; RAMIREZ, Matias. Evolução do Nicho, Circunstâncias Externas, e Transformação da Rede: do Nicho Técnico para o Nicho Sociotécnico do Butiá . Revista Brasileira de Inovação, Campinas, SP, v. 19, p. e0200011, 2020. DOI: 10.20396/rbi.v19i0.8657550. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/view/8657550. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este artigo analisa o impacto de fatores externos na evolução de um nicho e, em particular, a mudança de um nicho técnico para um nicho sociotécnico. Quando revisamos a literatura sobre evolução de nichos, identificamos que as discussões sobre o impacto de fatores externos na evolução de nichos não são claras, particularmente, sobre as expectativas dos agentes financiadores de projetos. Logo, este artigo tenta responder à seguinte pergunta de pesquisa: Mudanças nas expectativas dos agentes públicos de financiamento de projetos contribuem para transformar um nicho técnico em um nicho sociotécnico Nós analisamos um caso de nicho de inovação agrícola baseado na fruta nativa de butiá (butiá odorata e outras espécies), desenvolvido principalmente pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA Clima Temperado, para entender se e como fatores externos podem contribuir para a evolução do nicho. Descobrimos que expectativas novas dos agentes financiadores podem causar uma mudança importante na evolução do nicho. Antes da existência de um novo agente financiador, a rede do nicho era caracterizada como técnica, composto por organizações de pesquisa e pesquisadores trabalhando em projetos isolados de experimentação. No entanto, com a mudança do agente financiador externo foi constatado que a rede passou a desenvolver, além de atividades experimentais, ligações com organizações de diferentes níveis do sistema de inovação (Upscaling), além de processos horizontalizados de construção do conhecimento (Outscaling). Também foi criada uma organização coordenadora mais complexa que incorporou coprodução social, democracia e participação, e o nicho progrediu em direção a um nicho sociotécnico.

https://doi.org/10.20396/rbi.v19i0.8657550
PDF (English)
PDF Acesso via SciELO (English)

Referências

AGOSTINO, D.; ARNABOLDI, M.; DAL MOLIN, M. Critical crossroads to explain network change: evidence from a goal-directed network. International Journal of Public Sector Management, v. 30, n. 3, p. 255-269, 2017. doi: https://doi.org/10.1108/ijpsm-04-2016-0078.

AHUJA, G.; SODA, G.; ZAHEER, A. The genesis and dynamics of organisational networks. Organization Science, v. 23, n. 2, p. 434-448, 2012. doi: https://doi.org/10.1287/orsc.1110.0695.

BARBIERI, R. Route Butiazais Research Report. Pelotas, RS, Brasil. (in press).

BERGEK, A.; HEKKERT, M.; JACOBSSON, S.; MARKARD, J.; SANDÉN, B.; TRUFFER, B. Technological innovation systems in contexts: Conceptualizing contextual structures and interaction dynamics. Environmental Innovation and Societal Transitions, v. 16, p. 51-64, 2015. doi: https://doi.org/10.1016/j.eist.2015.07.003.

BORGATTI, S.P.; EVERETT, M.G.; FREEMAN, L.C. Ucinet for Windows: Software for social network analysis. Harvard, MA: Analytic Technologies, 2002.

BRASIL. Environmental Ministry of Brazil. Nacional Project for Integrate Action Between Public and Private Organizations for Biodiversity- Probio II. Brasília: MMA, 2018. Retrieved from: http://mma.gov.br/biodiversidade/projetos-sobre-a-biodiveridade/projetos-conclu%C3%ADdos/item/7639-projeto-nacional-de-a%C3%A7%C3%B5es-integradas-p%C3%BAblico-privadas-para-biodiversidade-probio-ii.html. Accessed in: 10 Dec. 2018.

BUI, S.; CARDONA, A.; LAMINE, C.; CERF, M. Sustainability transitions: Insights on processes of niche-regime interaction and regime reconfiguration in agri-food systems. Journal of Rural Studies, v. 48, p. 92-103, 2016. doi: https://doi.org/10.1016/j.jrurstud.2016.10.003.

CANIELS, M.C.J.; ROMIJN, H.A. Actor networks in Strategic Niche Management: Insights from social network theory. Futures, v. 40, n. 7, p. 613-629, 2008. doi: https://doi.org/10.1016/j.futures.2007.12.005.

CRESWELL, J.W.; CLARK, V.L.P. The Nature of Mixed Methods Research: Designing and Conducting Mixed Methods Research. Thousand Oaks: Sage Publications, 2011.

EMBRAPA. Quintais orgânicos de frutas. 2018. Retrieved from: http://www.projetoquintais.com.br/. Accessed in: 22 Mar. 2020.EUROPEAN COMISSION. Horizon 2020 project. 2020. Retrieved from: https://ec.europa.eu/programmes/horizon2020/en/h2020-sections-projects/. Accessed in: 22 Mar. 2020.

FOLEY, J.A.; DEFRIES, R.; ASNER, G.P.; BARFORD, C.; BONAN, G.; CARPENTER, S.R.; GIBBS, H.K. Global consequences of land use. Science, v. 309, n. 5734, p. 570-574, 2005.

FONTES, M.; SOUSA, C.; FERREIRA, J. The spatial dynamics of niche trajectory: The case of wave energy. Environmental Innovation and Societal Transitions, v.19, p. 66-84, 2016. doi: https://doi.org/10.1016/j.eist.2015.09.003.

FREEMAN, L.C. Centrality in Social Networks Conceptual Clarification. Social Networks, v. 1, n. 3, p. 215-239, 1979. doi: https://doi.org/10.1016/0378-8733(78)90021-7.

GEELS, F.W. Technological transitions as evolutionary reconfiguration processes: a multi-level perspective and a case-study. Research Policy,v. 31, n. 8-9, p. 1257-1274, 2002. Retrieved from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048733302000628. Accessed in: 22 Mar. 2020.

GEELS, F.; RAVEN, R. Non-linearity and expectations in niche-development trajectories: Ups and downs in Dutch biogas development (1973-2003). Technology Analysis & Strategic Management, v. 18, n. 3-4, p. 375-392, 2006. doi: https://doi.org/10.1080/09537320600777143.

GRANOVETTER, M.S. The strength of weak ties. American journal of sociology, v. 78, n. 6, p.1360-1380, 1973. Retrieved from: https://www.jstor.org/stable/2776392. Accessed in: 23 Mar. 2020.

GRANOVETTER, M. Economic action and social structure: The problem of embeddedness. American Journal of Sociology, v.91, n. 3, p. 481-510, 1985. doi: https://doi.org/10.1086/228311.

HANNEMAN, R.; RIDDLE, M. Introduction to social network methods. Riverside: University of California, 2005. Retrieved from: https://faculty.ucr.edu/~hanneman/nettext/. Accessed in: 24 Mar. 2020.

HANSEN, U.E; NYGAARD, I.; ROMIJN, H.; WIECZOREK, A.; KAMP, L.M.; KLERKX, L. Sustainability transitions in developing countries: Stocktaking, new contributions, and a research agenda. Environmental Science & Policy, v. 84, p. 198-203, June 2018. doi: https://doi.org/10.1016/j.envsci.2017.11.009.

HEAD, B.W. Assessing network-based collaborations. Public Management Review, v. 10, n. 6, p. 733-749, 2008. doi: https://doi.org/10.1080/14719030802423087.

HERMANS, F.; SARTAS, M.; VAN SCHAGEN, B.; VAN ASTEN, P.; SCHUT, M. Social network analysis of multi-stakeholder platforms in agricultural research for development: Opportunities and constraints for innovation and scaling. Plos One, v. 12, n.2, p. 21, 2017. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0169634.

HERMANS, F.; VAN APELDOORN, D.; STUIVER, M.; KOK, K. Niches and networks: Explaining network evolution through niche formation processes. Research Policy, v. 42, n. 3, p. 613-623, 2013. doi: https://doi.org/10.1016/j.respol.2012.10.004.

HESS, M.; YEUNG, H.W. Whither global production networks in economic geography? Past, present, and future. London, England: SAGE Publications, 2006.

IPCC. Novos cenários climáticos. In: CONFERENCIA LATINO AMERICANA SOBRE MEIO AMIENTE E RESPONSABILIDADE SOCIAL. Anais[...] Paris, Ecolatina, 2007. Retrieved from: http://fmclimaticas.org.br/wp-content/uploads/2014/03/IPCC-contribui__es-do-G.-I-ao-4-relat_rio-A-base-da-Ciencia-F_sica.pdf. Accessed in: 23 Mar. 2020.

JAIN, M.; HOPPE, T.; BRESSERS, H. Analysing sectoral niche formation: The case of net-zero energy buildings in India. Environmental Innovation and Societal Transitions, v.25, p. 47-63, 2017. https://doi.org/10.1016/j.eist.2016.11.004.

JOLLY, S.; RAVEN, R.P.J.M. Field configuring events shaping sustainability transitions? The case of solar PV in India. Technological Forecasting and Social Change, v. 103, p. 324-333, 2016. doi: https://doi.org/10.1016/j.techfore.2015.08.015.

KÖHLER, J. et al. An agenda for sustainability transitions research: State of the art and future directions. Environmental Innovation and Societal Transitions, v. 31, p. 1-322019, June 2019. doi: https://doi.org/10.1016/j.eist.2019.01.004.

KUHLMANN, S.; STEGMAIER, P.; KONRAD, K. The tentative governance of emerging science and technology: a conceptual introduction. ResearchPolicy, v.48, n. 5, p. 1091-1097, 2019. doi: https://doi.org/10.1016/j.respol.2019.01.006.

LOPOLITO, A.; MORONE, P.; SISTO, R. Innovation niches and socio-technical transition: a case study of bio-refinery production. Futures, v. 43, n. 1, p. 27-38, 2011. doi: https://doi.org/10.1016/j.futures.2010.03.002.

MARCHI, M.M.; BARBIERI, R.L.; SALLÉS, J.M.; COSTA, F.A.D. Flora herbácea e subarbustiva associado a um ecossistema de butiazal no Bioma Pampa. Rodriguésia, v. 69, n.2, p. 553-560, 2018.

MARTELETO, R.M. Análise de redes sociais: aplicação nos estudos de transferência da informação. Ciência da informação,v. 30, n. 1, p. 71-81, 2001.

MARTINS, G. S. A construção do conhecimento científico no campo de gestão de operações no Brasil: uma análise sob a ótica de redes sociais do período 1997-2008. PhD diss., 2009. http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/5052

NATIONS UNITED. Scholarships and research grants. 2020. Retrieved from: https://www.un.org/ldcportal/scholarships-travel-grants-and-research-related-financial-support/. Accessed in: 24 Mar. 2020.

ROSSONI, L.; GUARIDO FILHO, E.R. Cooperação entre programas de pós-cooperação entre programas de pós-graduação em graduação em Administração no Brasil: evidências estruturais em quatro áreas temáticas. Revista de Administração Contemporânea, v. 13, n. 3, p. 366-390, 2009.

SCHOT, J.; GEELS, F.W. Strategic niche management and sustainable innovation journeys: theory, findings, research agenda, and policy. Technology Analysis & Strategic Management, v. 20, n. 5, p. 537-554, 2008. doi: https://doi.org/10.1080/09537320802292651.

SCHOT, J.; STEINMUELLER, W.E. Framing innovation policy for transformative change: Innovation policy 3.0. Brighton, UK: SPRU Science Policy Research Unit,University of Sussex, 2016.

SCHOT, J.; STEINMUELLER, W.E. Three frames for innovation policy: R&D, systems of innovation and transformative change. Research Policy, 2018. doi: https://doi.org/10.1016/j.respol.2018.08.011.

SCOPONI, L. et al. Cooperación Académica en Latinoamérica para la Innovación en los Agronegocios. Journal of Technology Management & Innovation,v. 11, n. 2, p. 111-120, 2016.

SMITH, A.; RAVEN, R. What is protective space? Reconsidering niches in transitions to sustainability. Research policy, v. 41, n. 6, p. 1025-1036, 2012.

SOUZA FILHO, H.M. Desenvolvimento agrícola sustentável. In: BATALHA, M.O. (ed.). Gestão agroindustrial. São Paulo: Atlas, 2001.

TOMAÉL, M. I.; MARTELETO, R. M. Redes sociais: posições dos atores no fluxo da informação. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, p. 75-91, jul. 2006. doi: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2006v11nesp1p75

WASSERMAN, S.; FAUST, K. Social network analysis: methods and applications. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

WIECZOREK, A.J. Sustainability transitions in developing countries: Major insights and their implications for research and policy. Environmental Science & Policy, v. 84, p.204-216, 2018. doi: https://doi.org/10.1016/j.envsci.2017.08.008

YIN, R. Case study research: design and methods. Thousands Oaks: Sage Publications, Inc., 2009

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Revista Brasileira de Inovação

Downloads

Não há dados estatísticos.