Banner Portal
Materiais didáticos e ensino na escola básica: Impactos no currículo e na produção editorial brasileira
PDF

Palavras-chave

Currículo. Educação básica. Livro didático. Sistemas apostilados de ensino. Programa nacional do livro didático - PNLD.

Como Citar

CASSIANO, Célia Cristina de Figueiredo. Materiais didáticos e ensino na escola básica: Impactos no currículo e na produção editorial brasileira. Remate de Males, Campinas, SP, v. 34, n. 2, p. 375–396, 2014. DOI: 10.20396/remate.v34i2.8635855. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8635855. Acesso em: 4 out. 2024.

Resumo

Apresentamos, de modo geral, como as políticas educacionais e o mercado editorial brasileiro impactaram o currículo desenvolvido nas escolas públicas do país, à luz de um campo de disputa que se acirra nos anos 2010, em que educação pública e capital privado tem seus limites reconfigurados por uma nova ordenação que apresenta as marcas de um mundo globalizado, tecnológico e capitalista. Há décadas, o segmento dos livros didáticos é o mais rentável do mercado editorial nacional, sendo que nos anos 2000, passa a contar, inclusive, com presença de capital internacional. Tal panorama resultou, principalmente, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, LDB 9394/96, em que a nova orientação curricular é consolidada, também, pela compra e distribuição gratuita do livro didático para todas as escolas públicas brasileiras, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Nesse período, a rede pública brasileira recebe os tradicionais livros didáticos, mas também passa a receber novos produtos, como as obras coletivas (livros didáticos com nova concepção de “autoria”), comercializadas, principalmente, pelas editoras espanholas, que chegaram ao país no início da década de 2000, e os “sistemas apostilados de ensino” (em que se vende material didático impresso – sem autoria, formação de professores, assessoria online e todo o currículo organizado), que são comercializados por todas as editoras do segmento, inclusive, pela inglesa Pearson, outra potência que chega ao Brasil em 2010, demonstrando a força de negócio que representa a educação brasileira.
https://doi.org/10.20396/remate.v34i2.8635855
PDF

Referências

AGUIAR, Marcelo. “De olho nas escolas”. Seção de Economia e Negócios. Revista Época. São Paulo: 08/09/2003.

BATISTA. Antonio Augusto Gomes. “O PNLD e a avaliação do livro didático brasileiro para a escola fundamental”. Presença Pedagógica, nº 15, vol. 3. Belo Horizonte: Dimensão, maio-julho, 1997. pp.84-88.

BATISTA. “Um objeto variável e instável: textos, impressos e livros didáticos”. In: ABREU, Márcia. Leitura, História e História da leitura. Campinas; São Paulo: Mercado das Letras, Associação de Leitura do Brasil; FAPESP, 2002.

BATISTA, ROJO, Roxane (Org.). Livro didático de língua portuguesa, letramento e cultura escrita. São Paulo: Mercado de Letras, 2003. pp. 25-68.

BEZERRA, Holien Gonçalves, LUCA, Tânia Regina de. “Em busca da qualidade -– PNLD História – 1996-2004”. In: SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão (Org.). Livros didáticos de Geografia e História: avaliação e pesquisa. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2006.

BIZZO, Nélio. “Falhas no ensino de Ciências”. Revista Ciência Hoje. Vol.27, n° 159. Abril, 2000.

CASSIANO, Célia Cristina de F. O mercado do livro didático no Brasil: do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD à entrada do capital internacional espanhol (1985-2007). Tese de Doutorado. São Paulo: PUC, 2007.

FNDE, 2013 - Evolução do PNLD Ensino Fundamental – 2004 a 2013.

INEP. Censo da educação básica: 2012 – resumo técnico. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), 2013. Disponível em http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/livro-didatico-dados-estatisticos Acesso em: 30. jun2013

KOIKE, Beth. “Pearson vai acelerar negócios em educação”. Jornal Valor Econômico. São Paulo: 19/07/2013.

MARTÍNEZ BONAFÉ, Jaume. Políticas del libro de texto escolar. Ediciones Morata: Madrid, 2002.

MEC. Plano Decenal de Educação para todos. Brasília: MEC, 1993. (versão acrescida).

OLIVEIRA, R. de. “Após investimentos de R$ 1 bilhão, conselho de administração vem ao país em busca de resultados”. Jornal Valor Econômico. São Paulo: 10abr2012.

ORTIZ, Renato. 1994. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PAIXÃO, Fernando (Org. e Coord. do projeto). Momentos do Livro no Brasil. São Paulo: Ática, 1998.

PELUSO, Marília Luíza. “O processo de avaliação do livro didático de Geografia, uma aposta no futuro”. In: SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Livros didáticos de Geografia e História: avaliação e pesquisa. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2006.

PREFEITURA DE VALINHOS (site). “80% dos professores votam pelo fim do sistema apostilado na rede municipal”. Disponível em: http://www.valinhos.sp.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=2888:80-dos-professores-votam-pelo-fim-do-sistema-apostilado-na-rede-municipal&catid=34:noticias&Itemid=93 Acesso: 30jun2013

POLANCO. Isabel de. “Global y local en la estrategia del Grupo Santillana”. II Congreso Internacional de la lengua española. Madrid: Centro virtual Cervantes. 2001. Disponível em: http://cvc.cervantes.es/obref/congresos/valladolid/ponencias/activo_del_espanol/2_la_edicion_en_espanol/polanco_i.htm Acesso em: 20dez2007.

SILVA, C. “A didática da esperteza”. Revista IstoÉ. São Paulo: 20dez2006.

SPOSITO, M.E.B (Org.). Livros Didáticos de História e Geografia: avaliação e pesquisa. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2006.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Licença Creative Commons

Downloads

Não há dados estatísticos.