Resumo
Embora o texto poético traga consigo a emotividade inerente á expressão subjetiva, seria oportuno observar esta modalidade discursiva através de sua porção de racionalidade com o propósito de explicitar o que a poesia pode nos oferecer como objeto de linguagem. Uma vez que o estudo da poesia se limita com diversas disciplinas afins, interessa discriminar como sua tradução no poema pode dispor de algo de específico, haja vista que a lírica se constitui como sendo, por excelência, o reino da subjetividade e da ambiguidade. A partir daí, ao invés de desenvolver uma reflexão ancorada nalgum princípio poético, acompanharemos o modo como três leitores de poesia se voltaram para o estudo da poesia de Murilo Mendes, a saber, José Guilherme Merquior (A razão do poema), Antonio Candido (Na sala de aula) e Murilo Marcondes de Moura (Leitura de poesia). Com isso, o que se espera é apresentar um painel que demonstre como a poesia tem sido lida no Brasil e como podemos aproveitar sua leitura em sala de aula, para além de sua condição instrumental, mas passando por ela. Ao final, intenta-se apresentar os entraves que tem dificultado a apreciação da poesia e esboçar alguma perspectiva de enfrentamento à sua leitura, sem receios, sem banalizações e sem lhe descaracterizar enquanto objeto específico.Referências
CANDIDO, Antonio. Na sala de aula. 8ª edição. São Paulo: Ática, 2000.
MENDES, Murilo. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
MERQUIOR, José Guilherme. Razão do poema. 2ª edição Rio de Janeiro: Topbooks, 1996.
MOURA, Murilo Mancondes de. “Os jasmins da palavra jamais”. in: BOSI, Alfredo (org.). Leitura de poesia. São Paulo: Ática, 1996. pp. 101-123.

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