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Montaigne, leitor de si próprio
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Palavras-chave

Montaigne. História. Retórica.

Como Citar

LABRIOLA, Rodrigo Fernández. Montaigne, leitor de si próprio. Remate de Males, Campinas, SP, v. 31, n. 1-2, p. 53–75, 2012. DOI: 10.20396/remate.v31i1-2.8636222. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8636222. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O trabalho reflete sobre o processo da escrita dos Ensaios, de Michel de Montaigne, concentrando-se paulatinamente em algumas das proposições críticas realizadas pelo teórico brasileiro Luiz Costa Lima, em especial aquelas que propõem a sagração do indivíduo moderno e o surgimento do Eu no horizonte autobiográfico. A hipótese consiste em conjecturar um Montaigne leitor de si próprio, que seria primeiramente um Montaigne no ato de corrigir com acréscimos, emendas, rasgaduras ou rescritas. Uma análise filológica das mudanças entre as diversas edições e manuscritos — focada, sobretudo, naqueles ensaios que tratam dos vínculos da história e da retórica com os comentários sobre as descobertas e os povos recentemente achados no Novo Continente — sugere que a escrita propositalmente antirretórica de Montaigne é simultânea ao longo das correções de uma modificação na concepção da história, com alicerces nas testemunhas e nos fatos; outrossim, tais são também as condições para o resultado (nos Ensaios) de uma figura do autor apoiada já não na auctoritas medieval, mas numa subjetividade individual.

https://doi.org/10.20396/remate.v31i1-2.8636222
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