Resumo
O presente artigo propõe uma tipologia do anacronismo localizado na obra de Jorge Luis Borges, especialmente em ensaios de Discusión (1932) e no conto “Pierre Menard, autor del Quijote” (1939). A intenção é a de que o anacronismo seja observado como ferramenta discursiva da operação da presença do heterogêneo – os autores e textos eleitos como precursores e pertencentes à tradição – nas composições de seu próprio operador, Borges.Referências
BERNUCCI, Leopoldo. Biografia e visões especulares: Borges e Dante. In: Borges no Brasil (org.: Jorge Schwartz). São Paulo: Editora Unesp: Imprensa Oficial do Estado, 2001, p. 77-100.
BORGES, Jorge Luis. Discusión. In: BORGES, Jorge Luis. Obras completas: 1923-1972. Buenos Aires: Emecé, 1974a, p. 173-286.
BORGES, Jorge Luis. Ficciones. In: BORGES, Jorge Luis. Obras completas: 1923-1972. Buenos Aires: Emecé, 1974b, p. 425-530.
BORGES, Jorge Luis. Historia universal de la infamia. In: BORGES, Jorge Luis. Obras completas: 1923- -1972. Buenos Aires: Emecé, 1974c, p. 287-345.
BORGES, Jorge Luis. Cine: cinco breves noticias. In: BORGES, Jorge Luis. Textos recobrados: 1931-1955. Barcelona: Emecé, 2002a, p. 44-45.
BORGES, Jorge Luis. La eternidad y T. S. Eliot. In: BORGES, Jorge Luis. Textos recobrados: 1931-1955. Barcelona: Emecé, 2002b, p. 49-52.
COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: UFMG, 1996.
DE OBALDIA, Claire. L’esprit de l’essai: de Montaingne à Borges. Tradução de Émilie Colombani. Paris: Seuil, 2005.
ELIOT, T. S. Ensaios. Tradução de Ivan Junqueira. São Paulo: Art, 1989.
EZENSBERGER, Hans Magnus. A massa folhada do tempo: meditações sobre o Anacronismo. In: EZENSBERGER, Hans Magnus. Ziguezague: ensaios. Tradução de Marcos José Cunha. Rio de Janeiro: Imago, 2003, p. 9-26.
FERNANDES, Fabiano Seixas. Bibliografia Jorge Luis Borges, 1910-2003: relação cronológica dos textos e livros. Fragmentos. Florianópolis, UFSC, n. 28-29, p. 225-431, jan.-dez. 2005.
HILLIS MILLER, Joseph. O crítico como hospedeiro. In: ______. A ética da leitura: ensaios 1979-1989. Tradução de Eliane Fittipaldi e Kátia Orberg. Rio de Janeiro: Imago, 1995a, p. 11-49.
HILLIS MILLER, Joseph. A ética da leitura. In: ______. A ética da leitura: ensaios 1979- -1989. Tradução de Eliane Fittipaldi e Kátia Orberg. Rio de Janeiro: Imago, 1995b, p. 73-88.
JENNY, Laurent. A estratégia da forma. Tradução de Clara Crabbé Rocha. Poétique. Coimbra, Almedina, n. 27, p. 5-49, 1979.
KRISTEVA, Julia. Théorie d’ensemble. Paris: Seuil, 1968.
OLIVAL, Moema de Castro e Silva de. Intertextualidade ou plágio? In: ______. O espaço da crítica: panorama atual. Goiânia: UFG, 1998, p. 45-55.
PAULS, Alan. El factor Borges. Barcelona: Anagrama, 2004.
RODRÍGUEZ MONEGAL, Emir. Borges: uma poética da leitura. Tradução de Irlemar Chiampi. São Paulo: Perspectiva, 1980.
ROJAS, Carlos. “El acercamiento a Almotásim” y el efecto de contaminación. Variaciones Borges. Pittsburgh, University of Pittsburgh, n. 23, p. 115-127, abr. 2007.
SAMOYAULT, Tiphaine. A intertextualidade. Tradução de Sandra Nitrini. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008.
STAVANS, Ilian (org.). The Oxford book of Latin American essays. New York: Oxford University Press, 1997.
THE SIGN of the cross. Direção e produção de Cecil B. DeMille. Intérpretes: Fredric March, Elissa Landi, Claudette Colbert, Charles Laughton e outros. Roteiro: Waldemar Young e Sidney Buchman. Baseado na peça de Wilson Barrett. [S.l.]: Universal Studios, 2011. 1 DVD (126 minutos), sonoro, preto e branco. Legendado. Inglês/Francês/Espanhol.
WHITE, Peter. ‘Tradition and the individual talent’ revisited. The Review of English Studies, New Series. Oxford, Oxford University Press, v. 58, n. 235, p. 364-392, jun. 2007.
WHITMAN, Walt. Leaves of grass. London: G. P. Putnam’s Sons; Boston: Small, Maynard & Company, 1897. Edição fac-similar. Disponível em: https://ia600402.us.archive.org/11/ items/leavesgrass06whitgoog/leavesgrass06whitgoog.pdf. Acesso em: 20 ago. 2015.
WHITMAN, Walt. Folhas da relva. Edição do leito de morte. Trad. Bruno Gambarotto. São Paulo: Hedra, 2011.
O periódico Remate de Males utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.