Resumo
As relações de Antonio Candido com o modernismo brasileiro são conhecidas, embora o seu significado, no âmbito da teoria literária, ainda esteja em aberto. A proposta deste ensaio é acompanhar não somente a vinculação dele com o movimento modernista, sobretudo o de São Paulo, mas também o modo como ele desdobrou com originalidade própria o núcleo estético desse movimento em um núcleo crítico e teórico, mediado pela figura intelectual de Mário de Andrade. Com esse fim, a ideia de formação será pensada aqui como o resultado de uma depuração de seu comprometimento e estudo do modernismo, e que pode, a partir de um retorno à matriz inicial de sua elaboração, transformar-se em uma perspectiva nova de leitura tanto da obra de Antonio Candido quanto da noção de modernismo.
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