Resumo
Referindo-se a uma experiência de escrita literária com mulheres de comunidade quilombolas do baixo sul da Bahia – a saber, das comunidades Lagoa Santa, Jatimane, Jetimana e Boa Vista – o presente texto configura uma (auto)reflexão acerca das relações entre o conceito de “escrevivência” de Conceição Evaristo, a crítica literária e a prática pedagógica antirracista. Investigam-se as possibilidades das “escrevivências” enquanto contraponto à necropolítica no Brasil.
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