Entre bot(el)la y bot(ella) : acercamientos ebrios a "Black out"

Resumo

O presente artigo propõe uma aproximação à escrita de María Moreno e a certos traços decisivos de seu estilo legíveis em Black out (2016): o que denominou-se  sua “poética plebeia”, sua prática do “cartonerismo epistemológico”, seu privilégio do “ouvido” como ficção de origem de um modo de “ler”, sua constante reciclagem do próprio arquivo, sua orientação em direção da anedota, sua ética/estética da “não obra”, a reinterpretação de certos textos canônicos da literatura da literatura argentina sob o signo do “álcool”. Mas essa aproximação é realizada propondo um desvio que habilita uma leitura de gênero, a partir do diálogo com Los diarios de Emilio Renzi (2015-2017), de Ricardo Piglia, publicados contemporaneamente a Black out. Ao longo desse itinerário “ébrio” interroga-se o ambiente cultural compartilhado por ambos os textos, as estratégias adotadas pelos “rapazes” e as “garotas” dos anos 1960-1980, suas “tretas” e os modos de habitar certos espaços. Em outras palavras: as (auto)figurações do sujeito da escrita e seus possíveis contrapontos.