Banner Portal
O ocidente – uma prescrição ou proscrição dialógica
PDF

Palavras-chave

Raça
Ásia
Diálogo
Suvjetividade
Teoria pós-colonial

Como Citar

SAKAI, Naoki; CARDOSO, Rodrigo Octávio; KUNIGAMI, Keiji. O ocidente – uma prescrição ou proscrição dialógica. Remate de Males, Campinas, SP, v. 40, n. 1, p. 363–388, 2020. DOI: 10.20396/remate.v40i1.8654977. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8654977. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

A taxonomia da humanidade pode ser ditada por inúmeras categorias: civilização, raça, etnia, tradição, cultura e assim por diante. Enquanto percebidas frequentemente apenas como descritivas e “fixadas naturalmente”, nenhuma dessas categorias é capaz de especificar a identidade de um grupo particular sem cometer alguma inconsistência conceitual ou oferecer uma classificação razoavelmente coerente e sistemática da espécie humana em geral. Ainda assim, é impossível dizer que elas são irreais ou meramente ilusórias. Ao contrário, constituem a realidade social e cumprem papéis significativos na discriminação de um grupo de pessoas de e em oposição a outros. O Ocidente – da mesma forma, com seu oposto simétrico, o Resto da humanidade – é uma dessas categorias claramente defeituosas na racionalidade de sua coerência conceitual. Ela não tem unidade de consistência. Antes, se apresenta como uma unidade putativa, e contém em si contradições, de modo a poder ser unificada apenas no futuro. É um imaginário social que funciona principalmente como um mito em escala global, tal como a raça. Ainda assim, ao contrário da raça, ela tende a apresentar uma associação cartográfica. Devido a essa afinidade com a imaginação cartográfica, a dicotomia entre o Ocidente e o Resto é frequentemente invocada como tropo esquemático de diálogo a fim de denotar e compreender diversas instâncias de conflito social e distanciamento em termos espaciais, mas com o resultado de postular o Ocidente e o Resto como territórios, como delimitações geográficas. Este artigo questiona, então, como pode o Ocidente existir?

https://doi.org/10.20396/remate.v40i1.8654977
PDF

Referências

BALIBAR, Étienne. Citizen Subject. In: CADAVA, Eduardo; CONNOR, Peter; NANCY, Jean-Luc (Eds.). Who Comes after the Subject? New York/London: Routledge, 1991, pp. 33-57.

BHABHA, Homi. The Other Question –/Stereotype, Discrimination and the Discourse of Colonialism. In: BHABHA, H. (Ed.). The Location of Culture. London/New York: Routledge, 1994, pp. 85-92.

BOURDIEU, Pierre. Distinction – Social Critique of the Judgment of Taste. R. Nice (Trans.). Cambridge, MA: Harvard University Press, 1984.

CHEN, Wanyi. Yume to Genjitsu [Dreams and Reality]. In: SHIMOMURA, Sakujiro et al. (Eds.). Yomigaeru Taiwan bungaku [Resurrecting Taiwanese Literature]. Tokyo: Tôhô Shoten, 1995, pp. 389-406.

CHOW, Rey. Primitive passions –/Visuality, Sexuality, Ethnography, and Contemporary Chinese Cinema. New York: Columbia University Press, 1995.

CRITCHLEY, Simon. Post-Deconstructive Subjectivity? In: CRITCHLEY, S. (Ed.). Ethics, Politics, Subjectivity. London/New York: Verso, 1999, pp. 51-82.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. A Thousand Plateaus. B. Massumi (Trans.). Minneapolis: University of Minnesota Press, 1987.

DURAS, M. Sea Wall. H. Griffault (Trans.). New York: Farrar, Starus & Giroux, 1985.

DURAS, Marguerite. The North China Lover. L. Hafrey (Trans.). New York: New Press, 1992.

DURAS, Marguerite. Un barrage contre le Pacifique. In: Romans, cinéma, théâtre, un parcours 1943-1993. Paris: Gallimard, 1997[1950].

DURAS, Marguerite. The Lover. B. Bray (Trans.). New York: Pantheon Books, 1998.

FOUCAULT, Michel. The order of Things. New York: Random House, 1973.

HAGE, Ghassan. White Nation-Fantasies of White Supremacy in a Multicultural Society. Annandale/Australia/West Wickham, UK: Pluto Press, 1998.

KOMORI, Yoichi. Higashi kara nishi e, nishi kara higashi e. In: KOMORI, Yoichi. (Ed.). / no nakano Nihon-bungaku (Japanese Literature in Oscillation). Tokyo: NHK, 1998.

LEGENDRE, Pierre. L’amour du censeur: essai sur l’ordre dogmatique. Paris: Éditions du Seuil, 1974.

NISHIDA, K. Z. Hataraku mono kara mirumono e [From that the Agency of Functioning to the Agency of Seeing]. Vol. 4, Nishida Kitarô Zenshuû . Tokyo: Iwanami Shoten, 1965a.

NISHIDA, Kitaro. Ippansha no jikakuteki taikei [Determination in Terms of the General in the Awareness of the Self]. Vol. 5, Nishida Kitarô Zenshuû. Tokyo: Iwanami Shoten, 1965b.

NISHIDA, Kitaro. Muno jikakuteki gentei [Determination in Terms of Nothingness in the Awareness of the Self]. Vol. 6, Nishida Kitarô Zenshuû. Tokyo: Iwanami Shoten, 1965c.

SAKAI, Naoki. Voices of the Past. Ithaca/London: Cornell University Press, 1991.

SAKAI, Naoki. Translation and Subjectivity. Minneapolis/London: University of Minnesota Press, 1997.

STOLER, Ann Laura. Carnal Knowledge and Imperial Power. Berkeley/London: University of California Press, 2002.

TARUMI, Chie. Taiwan no Nihongo bungaku [Japanese Language and Literature in Taiwan]. Tokyo: Goryü Shoin, 1995

WATSUJI, Tetsuro. Climate and Culture. G. Bownas (Trans.). Tokyo: Japanese Ministry of Education, (1961).

WATSUJI, Tetsuro. Fūdo. Vol. 8. Tokyo: Iwanami Shoten, 1963.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Licença Creative Commons

Downloads

Não há dados estatísticos.