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O direito de colher, o direito de filmar em “Agahü
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Palavras-chave

Cinema indígena
Takumã Kuikuro
Ecocrítica

Como Citar

ALVERNAZ, Sabrina. O direito de colher, o direito de filmar em “Agahü: o sal do Xingu”, de Takumã Kuikuro. Remate de Males, Campinas, SP, v. 42, n. 2, p. 383–413, 2023. DOI: 10.20396/remate.v42i2.8668096. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8668096. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este artigo se debruça sobre o curta-metragem Agahü: o sal do Xingu (2020) do cineasta indígena Takumã Kuikuro e seu contexto de produção na Terra Indígena do Xingu, Mato Grosso, Brasil. O documentário dialoga com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, mais especificamente com o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, de maneira a enfatizar que o “sal tradicional” conjuga ciência, arte, fé. Especial destaque é dado à dinâmica de produção imagética, considerando desdobramentos audiovisuais e político-sociais a partir da elaboração do roteiro, de escolhas de tradução e montagem. O foco também recai sobre a relação que a sociedade kuikuro tem com o sal tradicional. A resistência, a partir da insistência por um modo de vida Kuikuro, é entendida pelo viés da sustentabilidade ambiental diante da defesa do direito de colher seu alimento.

https://doi.org/10.20396/remate.v42i2.8668096
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Referências

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