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Coisas, e a morte que existe nelas. Murilo Mendes e o trabalho do poeta
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Palavras-chave

Murilo Mendes. Poesia. Trabalho. Mercadoria. Sublime.

Como Citar

STERZI, Eduardo. Coisas, e a morte que existe nelas. Murilo Mendes e o trabalho do poeta. Remate de Males, Campinas, SP, v. 32, n. 1, p. 35–51, 2012. DOI: 10.20396/remate.v32i1.8636210. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8636210. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

É constante na obra de Murilo Mendes a crítica à ideia de trabalho. Se, por um lado, tal crítica coincide com aquela de Marx à alienação do trabalhador em seu produto, por outro Murilo, de maneira criticamente irônica, acaba por conceber o trabalho do poeta como uma espécie de mímese explicitadora – ao mesmo tempo que transfiguradora – deste processo de alienação e reificação. Do mesmo modo, o poeta compartilha da crítica marxista da mercadoria, sem, no entanto, abrir mão da energia implícita na lógica vertiginosa desta, tampouco da força plástica inerente a suas fantasmagorias. Com essa poética da ambivalência, de quem não crê em simples recusa ou abstenção frente à negatividade do real, Murilo parece buscar não fugir à história e à sua verdade.
https://doi.org/10.20396/remate.v32i1.8636210
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