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Outra face da revolta: Ricardo Gonçalves
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PRADO, Antonio Arnoni. Outra face da revolta: Ricardo Gonçalves. Remate de Males, Campinas, SP, v. 5, p. 7–17, 2012. DOI: 10.20396/remate.v5i0.8636352. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8636352. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumen

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https://doi.org/10.20396/remate.v5i0.8636352
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Citas

Ver neste número o artigo de Lily Litvah, Arte Anarquista Espanhola de Fins do Século XIX.

Maria Lacerda de Moura: "A Literatura Rebelde". O Internacional, v (79): 11.10.1924.

Cf. Mário de Andrade: O Movimento Modernista. Rio, Casa do Estudante do Brasil (1942) e Oswald de Andrade: "O Modernismo". Anhembi, 49 (17): 26-32, dez. 1954

Domingos Ribeiro Filho: "O Espantalho da Loucura". A Plebe, II (9): 19.04.1919.

Ver Monteiro Lobato: A Barca de Gleyre (Quarenta anos de correspondência literária entre Monteiro Lobato e Godofredo Rangell. São Paulo, Nacional (1944), pp. 7-333, a que remetemos todas as referências relativas à passagem de Ricardo Gonçalves peta república de Minarete.

Idem, ibidem, p. 80.

Idem, ibidem, p. 89.

Idem, ibidem, p. 151.

Lobato parecia adivinhar: "Há um defeito qualquer dentro do Ricardo, e temo que não se limite a falhar burocraticamente... temo que falhe às trágicas” (Barca de Gleyre, cit., p. 164).

O episódio do manifesto é registrado por Edgar Rodrigues em Socialismo: uma Visão Alfabética. Rio, Editora Porta Aberta Ltda. (s/d), p. 245. O informe sobre a conversão de Edgard Leuenroth por Ricardo Gonçalves está no livro de John W. Foster Dulles: Anarquistas e Comunistas no Brasil. Rio, Nova Fronteira, (1913), pp. 25-26.

A informação é do historiador Edgar Rodrigues em entrevista que concedeu a mim e ao colega Francisco Foot Hardman para a secção “Primeira Leitura” do jornal Folha de S. Paulo em sua edição de 27 de outubro de 1984.

Apud Jacob Penteado: Martins Fontes, Uma Alma Livre. São Paulo, Martins (1968), p. 176, citado em nota por Francisco Foot Hardman: Nem pátria nem patrão. São Paulo, Brasiliense (1983), p. 145.

Reproduzimos o poema na versão em que foi cologido por Edgard Leuenroth: A Poesia Social na Literatura Brasileira (inédito):

REBELIÃO

Com gemidos agourentos,

Num pavoroso lamento,

Lá fora perspassa o vento

Chicoteando os pinheiros.

E a noite, caliginosa,

De uma tristeza superna,

É como a boca monstruosa

Da monstruosa caverna.

Chove. O arvoredo farfalha

Soturno o trovão ribomba

Como longinqua metralha;

Depois o silêncio tomba.

Pávido e trêmulo, escuto,

Mergulho a vista lá fora

E vejo a terra de luto,

E oiço uma voz que apavora.

Como um vago murmúrio,

Mansa a princípio ela ecoa,

Depois é um grito bravio

Que pela noite reboa,

Que pela a noite se eleva

Num pavoroso tranporte,

Como um soluço de treva,

Como um frêmito de morte.

Essa voz cheia de ameaças,

De imprecações rugidos,

É o clamor das populações,

É a voz dos desprotegidos.

Medonha, relutante e rouca,

Vem d'esse mundo sombrio

Dos que tiritam de frio

E não têm pão para a boca.

Vem das lôbregas choupanas

Onde em tarimbas sem nome

Há criaturas humanas

Agonizando com fome.

Vem da cloaca deletéria, Em que a "Justiça" comprime

Esses que a mão da miséria

Pós no caminho do crime

Do quartel – açougue enorme

Onde à espera da batalha,

Morta de fadiga, dorme

A carne para metralha.

Dos hospitais, dos hospícios,

Das tascas onde ressona

A grei de todos os vícios

Que a miséria proporciona.

Ah! Nesse grtio funesto,

Nesse rugido, palpista

Um rancoroso protesto.

É o povo, a plebe maldita

Que sombria, ameaçadora,

Nas vascas do sofrimento,

Mistura aos vivos do vento

A grande voz vingadora.

Tremei, vampiros nojentos”

Tremei, nos vossos dourados

Palacetes opulentos”

O sangue dos desgraçados

Sugai, bebei gotas-a-gota.

Não tarda que chegue o instante

Em que a turba se levante,

Sedenta, faminta e rota.

E quando comece a luta,

Quando explodir a tormenta,

A sociedade corrupta,

Execrável e violenta,

Iníqua, vil, criminosa,

Há de cair aos pedaços,

Há de voar em estilhaços

Numa ruína espantosa.

Cf. A Barca de Gleyre, cit., p. 333

Monteiro Lobato: Prefácios e Entrevistas. São Paulo, Brasiliense (1946), p. 9.

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