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William Blake e Fernando Pessoa: Poiesis e Complexidade
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Autopoiesis. Imaginação poética. Complexidade

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PELLANDA, Nize Maria Campos; RICHTER, Sandra Regina Simonis. William Blake e Fernando Pessoa: Poiesis e Complexidade. Remate de Males, Campinas, SP, v. 35, n. 2, p. 325–349, 2015. DOI: 10.20396/remate.v35i2.8645195. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8645195. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumen

A partir do conceito de autopoiesis, núcleo central da teoria da Biologia da Cognição, desenvolvido por Maturana e Varela, o ensaio aproxima literatura e ciência para abordar a imaginação poética como fenômeno absolutamente capilar à trama interpretativa da vida. Tendo como referência os pressupostos onto-epistemológicos do paradigma da complexidade – fluxo, devir, emergência, não linearidade, abdução e abordagem holística – destaca fragmentos das obras de William Blake e Fernando Pessoa como duas forças poéticas que, em épocas diferentes, resistiram à simplificação da experiência de pensamento imposta pelo paradigma da ciência moderna. Ambos os poetas foram refratários à cultura da disjunção da experiência de pensamento respondendo com uma obra complexa nas quais buscam aproximar dimensões da realidade esquecidas pela racionalidade científica. Blake e Pessoa, ao negarem a objetividade calculável da vida, ousaram ir além do conhecimento do ser e do mundo para afirmar a potência poética da imaginação ao recusar a separação entre linguagem e vida. A atualidade renovadora dessa recusa está na abertura para outros modos de sentir e pensar a experiência de viver no mundo, como devires humanos auto-criadores no operar da vida na simultaneidade de existir em linguagem como modo particular de estarmos sendo humanos: outra inteligibilidade para o mistério da existência.

https://doi.org/10.20396/remate.v35i2.8645195
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