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Proust e a busca da cena ausente
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Palavras-chave

Marcel Proust
Crítica francesa do século XX
Foco narrativo

Como Citar

SOUZA, Francisco Renato de. Proust e a busca da cena ausente: o desvio da escrita em a prisioneira e a fugitiva. Remate de Males, Campinas, SP, v. 41, n. 2, p. 523–540, 2021. DOI: 10.20396/remate.v41i2.8660554. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8660554. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este artigo analisa a composição de dois volumes de Em busca do tempo perdido (À La recherche du temps perdu, 1913-1927), de Marcel Proust: A prisioneira (La Prisonnière, publicado postumamente em 1923) e A fugitiva (Albertine disparue, publicado postumamente em 1927), como uma derivação do desvio da escrita literária que, por sua vez, é decorrente do desvio do comportamento homossexual de determinados personagens da obra proustiana. O foco narrativo da obra se faz, assim, a partir da influência de duas cenas homossexuais com componentes de perversão sadomasoquista observadas pelo narrador na sua infância e juventude, as quais o levam à elaboração da cena imaginária que coloca sua companheira, Albertine, como protagonista de uma cena do desvio homossexual. Derivadas dessa cena, as narrativas de A prisioneira e A fugitiva originam uma escrita que se estrutura na ambivalência, uma vez que se desenvolvem por meio do imaginário ciumento do narrador e se constituem pela alternância entre as cenas reais de sua relação com Albertine e as cenas ficcionais elaboradas pelo ciúme, através das tentativas infrutíferas do narrador em compor a cena ausente, a cena que, nunca acontecendo efetivamente, finda por se concretizar em obra.

https://doi.org/10.20396/remate.v41i2.8660554
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Referências

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