Banner Portal
Dissolução do estético e resistência
PDF

Palavras-chave

Parataxe
Estética
História

Como Citar

KLEIN, Kelvin Falcão. Dissolução do estético e resistência: da parataxe ao terceiro continente. Remate de Males, Campinas, SP, v. 41, n. 1, p. 98–121, 2021. DOI: 10.20396/remate.v41i1.8662046. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8662046. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

O objetivo deste ensaio é propor uma reflexão teórica acerca das relações possíveis entre o estilo paratático e a estética, compreendida como disciplina e horizonte de experimentação artística. Para tanto, o recurso ao estilo paratático é rastreado em uma série de textos e autores, começando com Hayden White (1971, 1973, 1980), passando por Hal Foster (1996), Georges Didi-Huberman (1998), Jacques Rancière (2003), até chegar nas reflexões de Reinaldo Laddaga sobre a estética da emergência (2006) e a estética de laboratório (2010), e nas elaborações de Ivan Jablonka acerca do “terceiro continente” (2016). O estilo paratático é mobilizado como dispositivo de resistência à dissolução do estético, organizado a partir de três linhas de fuga simultâneas e complementares: preocupação com a montagem (de temporalidades e referências); reivindicação de um presente instável (um ponto de vista contingente que recusa a totalidade); e abertura da cronologia em prol de uma fabricação da história (como defesa da dimensão plástica e maleável do próprio devir histórico).

 

https://doi.org/10.20396/remate.v41i1.8662046
PDF

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha. Trad. Selvino José Assmann. São Paulo: Boitempo, 2008.

AGAMBEN, Giorgio. O tempo que resta: um comentário à Carta aos Romanos. Trad. Davi Pessoa e Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.

ARAÚJO, Nabil. Do “viver” e do “morrer” nos estudos literários: Gayatri Spivak e a morte da literatura comparada como Aufhebung. Remate de Males, v. 35, n. 1, 2015, pp. 83-100. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8641507. Acesso em: 18 out. 2020.

ARDENNE, Paul. Un art contextuel. Paris: Fayard, 2002.

AUERBACH, Erich. Ensaios de literatura ocidental. Trad. Samuel Titan Jr. e José Marcos de Macedo. São Paulo: Duas Cidades/Ed. 34, 2007.

AZEVEDO, Luciene. Reimaginar a vida, reimaginar a forma. Revista Remate de Males, v. 39, n. 2, 2019, pp. 726-740. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8655722. Acesso em: 3 nov. 2020.

BLACKLER, Deane. Reading W. G. Sebald: Adventure and Disobedience. Rochester, NY: Camden House, 2007.

BOUILLIER, Grégoire. O convidado surpresa. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify 2009.

BOURRIAUD, Nicolas. Esthétique rélationelle. Paris: Les Presses du Réel, 1997.

DE DUVE, Thierry. Look: One Hundred Years of Contemporary Art. Bruxelas: Palais de Beaux Arts, 2001.

DERRIDA, Jacques. Margens da filosofia. Trad. Joaquim Torres Costa e António M. Magalhães. Campinas: Papirus, 1991.

DERRIDA, Jacques. Qu’est-ce qu’une traduction relevante? Paris: L’Herne, 2005.

DIDI-HUBERMAN, Georges. O anacronismo fabrica a história: sobre a inatualidade de Carl Einstein. Trad. Maria Ozomar Ramos Squeff. In: ZIELINSKY, Mônica (Ed.). Fronteiras. Arte, crítica e outros ensaios. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003, pp. 19-53.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Imagens apesar de tudo. Trad. Vanessa Brito e João Pedro Cachopo. São Paulo: Editora 34, 2020.

FOSTER, Hal. O retorno do real: a vanguarda no final do século XX. Trad. Célia Euvaldo. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Trad. Laura Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

GRAY, Richard T. Ghostwriting: W. G. Sebald’s Poetics of History. Nova York: Bloomsbury Publishing USA, 2017.

HUCHET, Stéphane. Suite française. Georges Didi-Huberman, uma experiência na História da Arte. MODOS. Revista de História da Arte, Campinas, v. 4, n. 3, set. 2020, pp. 193-208. Disponível em: https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/mod/article/view/4 605. Acesso em: 20 out. 2020.

JABLONKA, Ivan. O terceiro continente. Trad. Alexandre de Sá Avelar. Revista ArtCultura, Uberlândia, v. 19, n. 35, jul.-dez. 2017, pp. 9-17. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/artcultura/article/view/41248/21809. Acesso em: 21 out. 2020.

LACAPRA, Dominick. History, Literature, Critical Theory. Ithaca, NY: Cornell University Press, 2013.

LADDAGA, Reinaldo. Estética de la emergencia. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2006.

LADDAGA, Reinaldo. Estética de laboratorio. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2010.

LAHIRE, Bernard. La culture des individus. Paris: La Découverte, 2004.

LERNER, Ben. 10:04. Nova York: Faber and Faber, 2014.

MAGRI, Ieda. Sobre a dificuldade de nomear a produção do presente: Rancière e Laddaga e os regimes das artes. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, v. 29, n. 3, 2019, pp. 229-248. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/18864. Acesso em: 28 out. 2020.

MILLER, J. Hillis. A ética da leitura: ensaios 1979-1989. Trad. Eliane Fittipaldi e Kátia Orberg. Rio de Janeiro: Imago, 1995.

MUFTI, Aamir R. Erich Auerbach and the death and life of world literature. In: D’HAEN, Theo; DAMROSCH, David; KADIR, Djelal (Eds.). The Routledge Companion to World Literature. Londres: Routledge, 2011, pp. 93-102.

RANCIÈRE, Jacques. Le Partage du sensible. Esthétique et politique. Paris: La Fabrique-Éditions, 2000.

RANCIÈRE, Jacques. O destino das imagens. Trad. Mônica Costa Netto. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

SAID, Edward. The World, the Text, and the Critic. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1983.

SAID, Edward. Humanismo e crítica democrática. Trad. Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

STALLABRASS, Julian. Art Incorporated. Nova York: Oxford University Press, 2004.

TILLY, Charles. Stories, Identities and Political Change. Nova York/Oxford: Rowman & Littlefield, 2002.

UMACHANDRAN, Mathura. The World in Auerbach’s Mouth: Weltliteratur after Philhellenism. Classical Receptions Journal, v. 11, n. 4, 2019, pp. 427-452.

WAJCMAN, Gérard. L’objet du siècle. Lagrasse: Éditions Verdier, 1998.

WHITE, Hayden. Metahistory: The Historical Imagination in Nineteenth-Century Europe. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1975.

WHITE, Hayden. The Content of the Form: Narrative Discourse and Historical Representation. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1990.

WHITE, Hayden. The Fiction of Narrative: Essays on History, Literature, and Theory, 1957-2007. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2010.

WORMS, Frédéric. Prenez soin de vous. À quoi tenons-nous? Esprit, v. 11, nov. 2007,, pp. 250-254. Disponível em: https://www.cairn-int.info/revue-esprit-2007-11-page-250.htm. Acesso em: 8 abr. 2021.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Kelvin Falcão Klein

Downloads

Não há dados estatísticos.