Resumo
Este artigo revela, por meio da análise detalhada da versão final do poema em prosa “Crépuscule du soir” de Charles Baudelaire, que a força do poema reside no fato de depender de um modelo de poesia que o reduz ao nível da mercadoria ao mesmo tempo que transcende esse mesmo modelo. “Le Crépuscule du soir” constrói uma poesia dissonante não para rejeitar inteiramente o empreendimento poético, mas para revelar nele um potencial que sempre esteve presente, mas oculto na poesia das gerações anteriores a Baudelaire.
Referências
ADORNO, Theodor. La Dissonance est vérité de l’harmonie. In: Theorie esthétique. Trad. Marc Jimenez. Paris: Klincksieck, 1974.
BAUDELAIRE, Charles. Œuvres complètes. Paris: Gallimard, Edition de la Pléiade, I.
BAUDELAIRE, Charles. Poesia e prosa em volume único. Ed. org. Ivo Barrroso. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995.
BAUDELAIRE, Charles. Pequenos poemas em prosa: O spleen de Paris. Pref. Marcelo Jacques de Moraes. Trad. Isadora Petry e Eduardo Veras. São Paulo: Via Leitura, 2018.
BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Trad. e org. Júlio Castagnon Guimarães. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. (Col. Penguin Classics)
CHESTERS, Graham. The Transformation of a Prose-Poem: Baudelaire’s “Crépuscule du soir”. In: BOWIE, Malcolm; FAIRLIE, Alison; FINCH, Alison. Baudelaire, Mallarmé, Valéry: New Essays in Honour of Lloyd Austin. Cambridge: Cambridge University Press, 1982, pp. 24-37.
HALPERN, Rob. Baudelaire’s “Dark Zone”: The Poème en Prose as Social Hierolyph; Or The Beginning and the End of Commodity Aesthetics. Modernist Cultures, v. 4, 2009, pp. 1-23.
LÜBECKER, Nikolaj. Twenty-First Century Baudelaire? Affectivity and Ecology in “Le Crépuscule du soir”. Modernism/Modernity, v. 27, n. 4, nov. 2020, pp. 689-706.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Licença Creative Commons