Banner Portal
Trabalho e uso de nossa faculdade de conceituar
PDF

Palavras-chave

Trabalho
Atividade
Conceitualização
Democracia

Como Citar

SCHWARTZ, Yves. Trabalho e uso de nossa faculdade de conceituar. Serviço Social e Saúde, Campinas, SP, v. 22, n. 00, p. e023002, 2023. DOI: 10.20396/sss.v22i00.8675046. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/sss/article/view/8675046. Acesso em: 1 maio. 2024.

Resumo

Esse artigo, destinado a professores de Filosofia, sugere que a reflexão sobre o "trabalho" interpela de forma original a atividade de formação de conceitos que está no cerne do trabalho filosófico. Começamos relembrando como o sentimento de carência na abordagem sobre o trabalho no mundo universitário nos levou a criar um dispositivo de formação inédito, reunindo sobre essa questão universitários e o mundo do trabalho. No final dessa longa experiência, ficou evidente a necessidade de revisitar os principais conceitos da Filosofia (sujeito, valores, saúde, linguagem, normas...), tendo como cerne a ideia de que todo trabalho, e mais do que isso, toda atividade humana, é sempre uma forma de dramática de uso de si, articulando em condições que nunca podem ser antecipadas o uso de si por si mesmo e o uso de si pelos outros. Mas qual deontologia epistemológica deve ser usada para construir saberes sobre o trabalho? Como evitar as "usurpações" que priorizam os saberes "em desaderência", o do uso de si pelos outros, em detrimento do "saberes valores" imersos nos reajustamentos (as "renormalizações") do uso de si por si mesmo? Uma relação de saber-poder que é muito onipresente na vida social. A partir dessa questão, que é também social e política, surge uma dupla definição de trabalho: uma genérica, que nos define como seres humanos – o uso de si – e uma histórica, que torna o trabalho uma obrigação e designa uma categoria social marcada por desigualdades e carências. Nos interrogamos sobre a gênese dessa forma histórica desde o início da humanidade e sugerimos que essa deriva do trabalho está, sem dúvida, no centro da anemia da democracia atual.

https://doi.org/10.20396/sss.v22i00.8675046
PDF

Referências

CANGUILHEM, Georges. Présentation. In: SCHWARTZ, Yves. Experience et Connaissance du Travail. Paris: Messidor/Éditions Sociales, (1988) 2012, p. 19-22.

CANGUILHEM, Georges. Milieu et normes de l’homme au travail. In: Cahiers Internationaux de Sociologie. Publicado também em Œuvres Complètes, Vrin, 2015, t. IV, p. 292-306 e Pro-posições, Vol 12, n° 2-3 (35-36), jul. 2001, p. 109-121.

CANGUILHEM, Georges. La connaissance de la vie. Paris: Vrin, 1965.

CANGUILHEM, Georges. Le normal et le pathogique. Paris: PUF, 1966.

DIDEROT, Denis. Article “Art”. In: Encyclopédie ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers. Paris: 1751, vol. 1, p. 713 b-717 b.

FRIEDMANN, Georges. Problèmes humains du machinisme industriel. Paris: NRF, 1947.

GEHLEN, Arnold. L'Homme: sa nature et sa position dans le monde. Paris: Gallimard, 2020.

GODELIER, Maurice. L'Idéel et le matériel: pensée, économies, sociétés. Paris: Fayard, 1984.

KANT, Emmanuel. Appendice à la Dialectique Transcendentale: de l´usage régulateur des idées de la Raison pure. In: Critique de la raison pure, Tradução Tremesaygues e Pacaud, 1963. Paris: Quadrige/PUF, p. 452-485.

LE GOFF, Jacques. Le Moyen Age et l’argent. Temus/ Perrin, n. 749, 31 jan. 2019.

LEROI-GOURHAN, André. Milieu et technique. Paris: Albin Michel, 1973.

MARX, Karl. Le Capital. Traduction Française. Editions Sociales: 1950.

TESTART, Alain. Avant l'histoire: L'évolution des sociétés, de Lascaux à Carnac. Paris: Gallimard, 2012.

SAHLINS, Marshall. Stone Age Economics. Chicago: Aldine-Atherton, 1974.

SAHLINS, Marshall. Âge de pierre, âge d'abondance: L'économie des sociétés primitives. Paris: Gallimard, 1976.

SCHWARTZ, Yves. Experience et Connaissance du Travail. Paris: Messidor/Éditions Sociales, (1988) 2012.

SCHWARTZ, Yves, Ergonomie, philosophie et exterritorialité. In: Le paradigme ergologique ou un métier de Philosophe. Toulouse: Octares, 2000, p. 71-106.

SCHWARTZ, Yves. Travail et usage de soi. In: Travail et Philosophie: convocations mutuelles. Toulouse: Octares. 1992, p. 43-66. Publicado também na Revista Pro-posições. v.11, n. 2(32), jul. 2000b, p. 34-50.

SCHWARTZ, Yves, Les ingrédientes de la compétence : un exercice necessaire pour une question insoluble. In: Le paradigme ergologique ou un métier de Philosophe. Toulouse: Octares, 2000, p. 479- 503. Publicado também em Educ. Soc. Ano XIX, n. 65, dez. 1998, p. 101-139.

SCHWARTZ, Yves; DURRIVE, Louis. (Org.). Trabalho e Ergologia II: diálogos sobre a atividade humana. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2016.

SCHWARTZ, Yves; DURRIVE, Louis (Org.). Trabalho e Ergologia: Conversas sobre a atividade humana. 3ª Edição revista e ampliada. EDUFF, 2021.

SCOTT, James C. Homo domesticus, une histoire profonde des premiers États. Paris: La Découverte, 2018.

VERNANT, Jean-Pierre. Mythe et Pensée chez les Grecs. Éditions Maspero, 1969.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Serviço Social e Saúde

Downloads

Não há dados estatísticos.