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De clítico à concordância: o caso dos acusativos de terceira pessoa em português brasileiro
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Palavras-chave

Clítico acusativo de terceira pessoa. Concordância. Português brasileiro

Como Citar

NUNES, Jairo Morais. De clítico à concordância: o caso dos acusativos de terceira pessoa em português brasileiro. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 57, n. 1, p. 61–84, 2015. DOI: 10.20396/cel.v57i1.8641472. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8641472. Acesso em: 5 dez. 2024.

Resumo

Uma das propriedades sintáticas que mais caracteriza o português brasileiro (PB) é a perda dos clíticos acusativos de terceira pessoa o(s)/a(s) e seus alomorfes. Como amplamente documentado na literatura, em PB esses elementos estão associados a escolarização e registros formais de fala e escrita. Neste trabalho investigo o estatuto teórico desses elementos após serem “acrescentados” à gramática nuclear do PB via escolarização sintática. Como base em seu intrincado padrão de colocação, argumentarei que o(s)/a(s) não são incorporados como clíticos nos registros relevantes de PB, mas como marcas de concordância (de objeto).

https://doi.org/10.20396/cel.v57i1.8641472
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