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A dimensão discursiva da cognição ou a dimensão cognitiva do discurso
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Palavras-chave

Neurolinguística discursiva. Cognição distribuída. Dispositivo comunicacional. Afasia.

Como Citar

MUSSALIM, Fernanda. A dimensão discursiva da cognição ou a dimensão cognitiva do discurso. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 60, n. 2, p. 400–413, 2018. DOI: 10.20396/cel.v60i2.8651036. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8651036. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Resumo: Neste ensaio, pretendo me debruçar sobre aspectos discursivos da produção da linguagem – tanto do ponto de vista teórico, quanto analítico – a fim de demonstrar a produtividade da proposta da Neurolinguística de tradição discursiva (ND), postulada/praticada por Maria Irma Hadler Coudry. Mais especificamente, buscarei demonstrar, a partir da consideração de um dado que compõe o Banco de Dados em Neurolinguística (BDN), como a proposta da ND, que assume os processos discursivos/interacionais como princípio teórico-metodológico de base, pode lançar luzes sobre conceitos oriundos do Sociocognitivismo, mais especificamente, para os propósitos deste texto, sobre o conceito de cognição distribuída (FLOR, HUTCHINS, 1991). Observar o trabalho realizado no Centro de Convivência de Afásicos (CCA), criado por Coudry em 1989 no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-UNICAMP), possibilitou-me perceber a necessidade de propor, para a concepção de cognição distribuída, a incorporação da noção de dispositivo comunicacional (MAINGUENEAU, 2002, 2006, 2015) – ao menos quando o objetivo central da pesquisa é tratar questões de linguagem, como é o caso do trabalho com os afásicos.
https://doi.org/10.20396/cel.v60i2.8651036
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Referências

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