Banner Portal
A reformulação em uma perspectiva interacionista para o estudo das relações de discurso
PDF

Palavras-chave

Interação
Relações de discurso
Reformulação

Como Citar

CUNHA, Gustavo Ximenes. A reformulação em uma perspectiva interacionista para o estudo das relações de discurso. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 64, n. 00, p. e022026, 2022. DOI: 10.20396/cel.v64i00.8668768. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8668768. Acesso em: 18 abr. 2024.

Dados de financiamento

Resumo

Neste trabalho, buscamos compreender, a partir da perspectiva interacionista da Equipe Interaction & Formation, o papel das relações de discurso, mas, em particular, da reformulação, no domínio da formação profissional inicial. Para isso, apresentamos inicialmente uma abordagem para o estudo das relações de discurso que seja compatível com a proposta interacionista da equipe, bem como a maneira como a reformulação pode ser compreendida no âmbito dessa abordagem. Em seguida, apresentamos considerações sobre o corpus analisado neste estudo, que se constitui de duas sequências de interações ocorridas em 2005, no cantão de Genebra, Suíça, nas quais a mesma expressão conectiva reformulativa do francês (“en fait”) é empregada pelos aprendizes que participam de cada sequência. Por fim, procedemos à análise comparativa das sequências, para mostrar como um mesmo recurso linguístico, a relação de reformulação sinalizada pela expressão conectiva “en fait”, auxilia os participantes da interação a construir contextos distintos, mais ou menos favoráveis à formação profissional.

https://doi.org/10.20396/cel.v64i00.8668768
PDF

Referências

BERRENDONNER, A. Connecteurs pragmatiques et anaphore. Cahiers de linguistique française, v. 5, p. 215-246, 1983.

BROWN, P; LEVINSON, S. Politeness: some universals in language use. Cambridge: Cambridge University Press, 1983

CUNHA, G. X. Relações de discurso e completude monológica: o impacto da restrição ritual sobre o estabelecimento das relações interativas. Forma y Función, v. 34, p. 1-24, 2021.

CUNHA, G. X. Elementos para uma abordagem interacionista das relações de discurso. Revista Linguística, v. 36, p. 107-129, 2020a.

CUNHA, G. X. Uma abordagem interacionista para o estudo do papel das relações de discurso na construção conjunta de imagens identitárias. Filologia e Linguística Portuguesa, v. 22, p. 151-170, 2020b.

CUNHA, G. X. Estratégias de impolidez como propriedades definidoras de interações polêmicas. DELTA, v. 35, n. 2, p. 1-28, 2019.

CUNHA, G. X. Análise do funcionamento atípico do conector quando como marca de reformulação. Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v. 9, p. 55-67, 2011.

DUCROT, O. Argumentation rhétorique et argumentation linguistique. In: DOURY, M.; MOIRAND, S. L’argumentation aujourd’hui. Positions théoriques en confrontation. Paris: Presses de la Sorbonne Nouvelle, 2005. p. 17-34.

DUCROT, O.; BOURCIER, D.; BRUXELLES, S.; DILLER, A. M.; FOUQUIER, É.; GOUAZE, J.; SIRDAR-ISKANDAR, C. Les mots du discours. Paris: Minuit, 1980.

FÁVERO, L. L.; ANDRADE, M. L. C. V. O.; AQUINO, Z. G. O. Estratégias de construção do texto falado: a correção. In: KATO, M. (Org.). Gramática do Português Falado: convergências. Campinas: Editora da Unicamp, 2002a. p. 359-369.

FÁVERO, L. L.; ANDRADE, M. L. C. V. O.; AQUINO, Z. G. O. A correção do texto falado: tipos, funções e marcas. In: NEVES, M. H. M. (Org.). Gramática do Português Falado: novos estudos. Campinas: Editora da Unicamp, 2002b. p. 105-142.

FÁVERO, L. L.; ANDRADE, M. L. C. V. O.; AQUINO, Z. G. O. Correção. In: JUBRAN, C. C. A. S.; KOCH, I. G. V. (Orgs.). Gramática do português culto falado no Brasil: construção do texto falado. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. p. 255-274.

FILLIETTAZ, L. Les discours de consignes en formation professionnelle initiale : une approche linguistique et interactionnelle. Education et Didactique, v. 3, n. 1, p. 91-120, 2009.

FILLIETTAZ, L. L’interaction langagière: un object et une méthode d’analyse en formation des adultes. In: FRIEDRICH, J. ; CASTRO, J.C.P. (éds.). Recherches en formation des adultes : un dialogue entre concepts et réalité. Dijon : Éditions Raison et Passions, 2014. p. 127-162.

FILLIETTAZ, L. Les ressources interactionnelles de la structuration des activités en contexte éducatif. Bulletin suisse de linguistique appliquée, v. 101, p. 11-26, 2015.

FILLIETTAZ, L. Interactions verbales et recherche em éducation: príncipes, méthodes et outils d’analyse. Genebra : Université de Genève, Section des sciences de l’éducation, 2018.

FILLIETTAZ, L. La compétence interactionnelle: un instrument de développement pour penser la formation des adultes. Education permanente, v. 220/221, p. 185-194, 2019a.

FILLIETTAZ, L. Le travail du langage en contexte professionnel: enjeux et perspectives pour l'enseignement des langues et la formation. In : ROSSETTE, F. ; PUJOL BERCHÉ, M. (éds.). Langues et pratiques du discours en situation professionnelle. Paris: Lambert Lucas, 2019b. p. 17-41.

FILLIETTAZ, L. Le travail de straucturation des activités éducatives. In : FILLIETTAZ, L.; ZOGMAL, M. (éds.). Mobiliser et développer des compétences interactionnelles en situation de travail éducatif. Toulouse : Octarès Éditions, 2020. p. 63-80.

FILLIETTAZ, L.; LAMBERT P. La formation professionnelle, un point aveugle de la linguistique sociale ? Langage et société, v. 168, p. 15-47, 2019.

FILLIETTAZ, L.; ZOGMAL, M. (éds.). Mobiliser et développer des compétences interactionnelles en situation de travail éducatif. Toulouse : Octarès Éditions, 2020.

FILLIETTAZ, L. ; DE SAINT-GEORGES, I. ; DUC, B. Vos mains sont intelligentes ! Interactions en formation professionnelle initiale. Genebra : Université de Genève, Faculté de psychologie et des sciences de l'éducation, 2008.

FILLIETTAZ, L. ; DE SAINT-GEORGES, I. ; DUC, B. Reformuation, resémiotisation et trajectoires d'apprentissage en formation professionnelle initiale: l'enseignement du giclage du mortier en maçonnerie. In: RABATEL, A. (éd.). Reformulations pluri-sémiotiques en contexte de formation. Besançon: Presses universitaires de Franche-Comté, 2010. p. 283-305.

FILLIETTAZ, L. ; BIMONTE, A. ; KOLEÏ, G. ; NGUYEN, A. ; ROUX-MERMOUD, A. ; ROYER, S. ; TRÉBERT, D. ; TRESS, C. ; ZOGMAL, M. Interactions verbales et formation des adultes. Savoirs, v. 56, n. 2, p. 11-51, 2021.

GARFINKEL, H. Estudos de etnometodologia. Petrópolis: Vozes, 2018[1967].

GOFFMAN, E. Interaction Ritual. Essays on face-to-face behavior. New York: Pantheon Books, 1967.

GOFFMAN, E. La mise em scène de la vie quotidienne. Les relations em public. Paris: Les Éditions de Minuit; 1973.

GOFFMAN, E. Footing. In: GOFFMAN, E. Forms of talk. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1981. p. 124-159.

GÜLICH. E; KOTSCHI, T. Les marqueurs de la reformulation paraphrastique. Cahiers de linguistique française, v. 5, p. 305-346, 1983.

GUMPERZ, J. J. Discourse strategies. Cambridge: Cambridge University Press, 1982.

HERITAGE, J. Epistemics in action: action formation and territories ok knowledge. Research on language and social interaction, v. 45, n. 1, p. 1-29, 2012.

HILGERT, J. G. Esboço de uma fundamentação teórica para o estudo das atividades de formulação textual. In: CASTILHO, A. T. (Org.). Gramática do Português Falado: abordagens. Campinas: Editora da Unicamp, 2002[1990]. p. 99-118.

HILGERT, J. G. As paráfrases na construção do texto falado: o caso das paráfrases em relação paradigmática com suas matrizes. In: KOCH, I. G. V. (Org.). Gramática do Português Falado: desenvolvimentos. Campinas: Editora da Unicamp, 2002. p. 143-158.

HILGERT, J. G. Parafraseamento. In: JUBRAN, C. C. A. S.; KOCH, I. G. V. (Orgs.). Gramática do português culto falado no Brasil: construção do texto falado. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. p. 275-300.

KERBRAT-ORECCHIONI, C. Les interactions verbales. Paris: Armand Colin, 1990.

KERBRAT-ORECCHIONI, C. Les actes de langage dans le discours. Théorie et fonctionnement. Paris: Nathan, 2001.

LOSA, S.; FILLIETTAZ, L. Negotiating Social Legitimacy in and across Contexts: Apprenticeship in a 'Dual' Training System. In: ANGOURI, J.; MARRA, M.; HOLMES, J. (eds.). Negotiating Boundaries at Work: Talking and Transitions. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2017. p. 109-129.

LUSCHER, J. M. Les marques de connexion: des guides pour l’interprétation. In : MOESCHLER, J. et al. (éds.). Langage et pertinence: référence temporelle, anaphore, connecteurs et métaphore. Nancy: Presses Universitaires de Nancy, 1994. p. 175-228.

MARCUSCHI, L. A. A repetição na língua falada como estratégia de formulação textual. In: KOCH, I. G. V. (Org.). Gramática do Português Falado: desenvolvimentos. Campinas: Editora da Unicamp, 2002. p. 105-142.

MOESCHLER, J.; SPENGLER, N. La concession ou la réfutation interdite, approches argumentative et conversationnelle. Cahiers de linguistique française, v. 4, p. 7-36, 1982.

NEVES, M. H. M. As construções concessivas. In: NEVES, M. H. M. (Org.). Gramática do Português Falado: novos estudos. Campinas: Editora da Unicamp, 1999. p. 545-594.

PEKAREK DOEHLER, S. Compétence et langage en action. Bulletin suisse de linguistique appliquée, v. 84, p. 09-45, 2006.

ROSSARI, C. Les opérations de reformulation: analyse du processus et des marques dans une perspectiva contrastive français-italien. Berne: Peter Lang, 1993.

ROSSARI, C. Connecteurs et relations de discours: des liens entre cognition et signification. Nancy: Presses Universitaires de Nancy, 2001.

ROULET, E. Complétude interactive et connecteurs reformulatifs. Cahiers de linguistique française, v. 8, p. 111-140, 1987.

ROULET, E. ; AUCHLIN, A. ; MOESCHLER, J. ; RUBATTEL, C. ; SCHELLING, M. L'articulation du discours en français contemporain. Berne: Peter Lang; 1985.

ROULET, E. ; FILLIETTAZ, L. ; GROBET A. Un modèle et un instrument d'analyse de l'organisation du discours. Berne: Peter Lang, 2001.

SCHEGLOFF, E. A. Sequence organization in interaction: a primer in Conversation Analysis I. Cambridge: Cambridge University Press; 2007.

SCHEGLOFF, E. A. ; JEFFERSON, G. ; SACKS, H. The preference for self-correction in the organization of repair in conversation. Language, v. 53, n. 2, p. 361–382, 1977.

SCHELLING, M. Propriétés pragmatiques des connecteurs réévaluatifs. In: ROULET, E. et al. (éds.). L'articulation du discours en français contemporain. Berne: Lang, 1991. p. 89-115.

STEVANOVIC, M. Social deontics: A nano-level approach to human power play. Journal for the Theory of Social Behaviour, v. 48, n. 3, p. 369-389, 2018.

VINCENT, D. ; HEISLER, T. L’anticipation d’objections: prolepse, concession et réfutation dans la langue spontanée. Revue québécoise de linguistique, v. 27, n. 1, p. 15-31, 1999.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Cadernos de Estudos Linguísticos

Downloads

Não há dados estatísticos.