A obra de Maria Irma H. Coudry: Neurolinguística Discursiva como revolução conceitual-metodológica para os estudos da educação especial

Resumen

Os achados de Maria Irma Hadler Coudry no campo da Neurolinguística Discursiva (ND) configuram-se como revolução conceitual-metodológica, uma vez que deslocam o centro da discussão – da afasia, da área e da clínica médicas, com seus formulários e testes, que deformam a relação entre sujeitos ‒ para a avaliação e o acompanhamento dos sujeitos afásicos a partir de situações discursivas e dialógicas. Este texto trouxe exemplo da possibilidade de assumir os estudos de Coudry na avaliação e acompanhamento clínico longitudinal, a partir da concepção da Psicologia histórico-cultural de Lev Vigotski, de uma jovem com comprometimento neurológico que afetou sua linguagem, permitindo-lhe a saída dos limites impostos pela deficiência, na direção de afastar a barra que separa o que é normal daquilo que é patológico. Concluiu-se que a objetivação das contribuições de Maria Irma Hadler Coudry para o campo da Educação Especial demanda, dos cursos de formação de professores e de especialistas críticos, um maior rigor teórico nos estudos sobre a constituição da subjetividade, o papel da linguagem e a complexidade dos problemas relacionadas ao seu funcionamento assumindo a escola como lócus de conhecimento para todos e para cada um, de acordo com suas necessidades.