Resumo
Uma das funções do discurso fílmico, assim como dos outros tipos de discurso, é causar um determinado impacto sobre o público, ou seja, ele é portador de alguma dimensão argumentativa. Para isso, a instância de produção emprega estratégias dentre as quais é possível verificar a presença das provas retóricas. Uma delas é o ethos, que implica a construção de uma ou mais imagens de si por parte do enunciador, a fim de obter a adesão pretendida. No caso do filme narrativo de ficção, as circunstâncias determinantes da troca comunicativa chamam atenção para certas particularidades: a linguagem cinematográfica, o star system, os aspectos comerciais e dramáticos, as identidades envolvidas dentro e fora do mundo ficcional. O objetivo deste artigo é refletir sobre as possíveis configurações do ethos nesse gênero discursivo específico, com base principalmente nas categorias estabelecidas por Amossy (2006) e sob a perspectiva da teoria semiolinguística de Charaudeau (2001). A fim de poder melhor visualizar a aplicação das ideias propostas, será realizada uma análise do ethos no filme O Poderoso Chefão II (The Godfather Part II, 1974), de Francis Ford Coppola.Referências
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