Resumo
Partindo da crítica de Coudry ([1986] 1988) sobre testes-padrão apresento uma reflexão sobre o discurso científico veiculado em diferentes publicações (artigos científicos, textos em sites de associações e entidades relacionadas à patologia, bem como em textos publicados em sites de eventos e conferências) sobre a Síndrome do X-Frágil com o intuito de analisar como essa patologia é descrita pela área médica, especialmente em relação ao desenvolvimento da linguagem, bem como quais efeitos de poder/saber (FOUCAULT, 2001) são produzidos por esse discurso e suas implicações. Para me contrapor ao discurso determinístico da área médica, apresento dados do processo de aquisição e uso da fala, leitura e escrita de um sujeito portador da síndrome acompanhado longitudinalmente destacando – com base nos pressupostos da Neurolinguística Discursiva – seu trabalho linguístico-cognitivo e as marcas de sua subjetividade na linguagem. A discussão dos dados procura, ainda, identificar em suas dificuldades linguísticas aquilo que pode ser patológico, o que faz parte do processo normal de aquisição e uso da fala/leitura/escrita e o que pode estar relacionado a outros fatores, que podem ser de ordem social ou relativos a história de vida do sujeito.Referências
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