Banner Portal
Gradualidade na gramática discursivo-funcional
PDF

Palavras-chave

Gradualidade
Estruturas semifixas
Gramática discursivo-funcional.

Como Citar

FONTES, Michel Gustavo. Gradualidade na gramática discursivo-funcional: o caso da forma perifrástica ’ainda assim’. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 61, p. 1–20, 2019. DOI: 10.20396/cel.v61i0.8654183. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8654183. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho analisa, com base no aparato teórico-metodológico da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), a estrutura composicional, o estatuto léxico-gramatical e o funcionamento discursivo da forma perifrástica ainda assim no português contemporâneo. A partir do mapeamento de propriedades funcionais e formais, defende-se que ainda assim corresponde a uma forma semifixa de estatuto lexical e que subjazem a seu uso duas propriedades discursivo-pragmáticas: a sequenciação retroativo-propulsora (TAVARES, 1999; 2000) e a marcação de adversidade (SCHWENTER, 2000). Isso faz com que, na GDF, represente-se ainda assim como um modificador adversativo de estrutura interna complexa (FONTES, 2016) do Nível Interpessoal, codificado, no Nível Morfossintático, por um padrão semifixo (KEIZER, 2013). Tais considerações analíticas implicam algumas revisões no modelo da GDF, principalmente no tocante à representação da gradualidade na emergência de formas perifrásticas via lexicalização (BRINTON; TRAUGOTT, 2005).

https://doi.org/10.20396/cel.v61i0.8654183
PDF

Referências

BRINTON, L.; TRAUGOTT, E. Lexicalization and language change. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

BRINTON, L.; TRAUGOTT, E. Lexicalization and language change. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

BYBEE, J. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

DAVIES, M.; FERREIRA, M. Corpus do Português: 45 millionwords, 1300s-1900s. 2006. Available online at http://www.corpusdoportugues.org.

FERREIRA, B. Rota de Gramaticalização dos advérbios ainda e sempre. Filologia e linguística portuguesa, n. 13, v. 2, p. 505-516, 2011.

FONTES, M. G. A distinção léxico-gramática na Gramática Discursivo-Funcional: uma proposta de implementação. 2016. 236 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São José do Rio Preto, 2016.

HEINE, B.; CLAUDI, U; HÜNNEMEYER, F. Grammaticalization: a conceptual framework. Chicago: The University of Chicago Press, 1991.

HENGEVELD, K.; MACKENZIE, J. L. Functional Discourse Grammar: a typologically-based theory of language structure. Oxford: Oxford University Press, 2008.

KEIZER, E. The X is (is) construction: an FDG account. In: MACKENZIE, J. L.; OLBERTZ, H. (eds.). Casebook in Functional Discourse Grammar. Amsterdam: John Benjamins, 2013. p. 213-248.

KEIZER, E. A Functional Discourse Grammar for English. Oxford: Oxford University Press, 2015.

KROON, C. Discourse Particles in Latin. Amsterdam: Gieben, 1995.

LANG, E. Adversative connectors on distinct levels of discourse: A re-examination of Eve Sweetser’s three-level approach. In: COUPER-KUHLEN, E; KORTMANN, B; (eds.). Cause, condition, concession, contrast: cognitive and discourse perspectives. Berlin; New York: Mouton de Gruyter; 2000. p. 235-256.

LONGHIN, S. R. Emergência de juntores contrastivos na história do português: contexto, polissemia e subjetivização. Filologia e Linguística Portuguesa (Online), v. 18, p. 263-299, 2016.

LOPES-DAMASIO, L. R. Diacronia dos processos constitutivos do texto relativos a “assim”: um novo enfoque da gramaticalização. 2011. 284f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 2011.

NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora da UNESP, 2011.

PEZATTI, E. G. A ordem das palavras no português. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.

SCHWENTER, S. Viewpoints and polysemy: linking adversative and causal meanings of discourse markers. In: COUPER-KUHLEN, E; KORTMANN, B; (eds.). Cause, condition, concession, contrast: cognitive and discourse perspectives. Berlin; New York: Mouton de Gruyter; 2000. p. 257-281.

TAVARES, M. A. Um estudo variacionista de aí, daí, então e e como conectores sequenciadores retroativo-propulsores na fala de Florianópolis. 1999. 175f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Florianópolis, SC, 1999.

TAVARES, M. A. Conectores sequenciadores E, AÍ e ENTÃO na fala de Natal (RN): indícios de especialização funcional. Interdisciplinar : Revista de Estudos em Língua e Literatura, v. 12, p. 195-213, 2010.

TRAUGOTT, E. C.; TROUSDALE, G. Constructionalization and constructional changes. Oxford: Oxford University Press, 2013.

BYBEE, Joan. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

DAVIES, Mark; FERREIRA, Michael. Corpus do Português: 45 millionwords, 1300s-1900s. 2006. Available online at http://www.corpusdoportugues.org.

FERREIRA, B. Rota de gramaticalização dos advérbios ainda e sempre. Filologia e linguística portuguesa, n. 13, v. 2, p. 505-516, 2011.

FONTES, M. G. A distinção léxico-gramática na Gramática Discursivo-Funcional: uma proposta de implementação. 2016. 236f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de São José do Rio Preto, 2016.

HEINE, B.; CLAUDI, U; HÜNNEMEYER, F. Grammaticalization: a conceptual framework. Chicago: The University of Chicago Press, 1991.

HENGEVELD, K.; MACKENZIE, J. L. Functional discourse grammar: a typologically-based theory of language structure. Oxford: Oxford University Press, 2008.

KEIZER, E. The X is (is) construction: an FDG account. In: MACKENZIE, J. L.; OLBERTZ, H. (eds.). Casebook in functional discourse grammar. Amsterdam: John Benjamins, 2013. p. 213-248.

KEIZER, E. A functional discourse grammar for English. Oxford: Oxford University Press, 2015.

LANG, E. Adversative connectors on distinct levels of discourse: a re-examination of Eve Sweetser’s three-level approach. In: COUPER-KUHLEN, E; KORTMANN, B; (eds.). Cause, condition, concession, contrast: cognitive and discourse perspectives. Berlin; New York: Mouton de Gruyter; 2000. p. 235-256.

LONGHIN, S. R. Emergência de juntores contrastivos na história do português: contexto, polissemia e subjetivização. Filologia e Linguística Portuguesa (Online), v. 18, p. 263-299, 2016.

LOPES-DAMASIO. Diacronia dos processos constitutivos do texto relativos a “assim”: um novo enfoque da gramaticalização. 2011. 284f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) –Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 2011.

NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora da UNESP, 2011.

PEZATTI, E. G. A ordem das palavras no português. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.

SCHWENTER, S. Viewpoints and polysemy: linking adversative and causal meanings of discourse markers. In: COUPER-KUHLEN, E; KORTMANN, B; (eds.). Cause, condition, concession, contrast: cognitive and discourse perspectives. Berlin; New York: Mouton de Gruyter; 2000. p. 257-281.

TAVARES, M. A. Um estudo variacionista de aí, daí, então e e como conectores sequenciadores retroativo-propulsores na fala de Florianópolis. 1999. 175f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Florianópolis, SC, 1999.

TAVARES, M. A. Conectores sequenciadores E, AÍ e ENTÃO na fala de Natal (RN): indícios de especialização funcional. Interdisciplinar: Revista de Estudos em Língua e Literatura, v. 12, p. 195-213, 2010.

TRAUGOTT, E. C.; TROUSDALE, G. Constructionalization and constructional changes. Oxford: Oxford University Press, 2013.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 Cadernos de Estudos Lingüísticos

Downloads

Não há dados estatísticos.