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“A várzea não morreu”
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Palavras-chave

Futebol
Relações étnico-raciais
Racismo

Como Citar

ABRAHÃO, Bruno Otávio de Lacerda; SOARES, Antonio Jorge Gonçalves. “A várzea não morreu”: o significado sociocultural do jogo de futebol “Preto X Branco”. Conexões, Campinas, SP, v. 20, n. 00, p. e022014, 2022. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8667760. Acesso em: 29 mar. 2024.

Resumo

Introdução: Este texto, em homenagem à profa. Simoni Guedes (in memoriam), tematiza o futebol de várzea. Mais precisamente, a experiência cultural do “Preto X Branco”, jogo de futebol que ocorre na periferia de São João Clímaco, São Paulo capital, há cerca de 50 anos. As questões, as quais orientam este artigo são: qual a função simbólica do “Preto X Branco”? O que ele representa e inclui/exclui como distintivo de sua identidade? Quais laços sociais são criados? Quais seus ideais, reprodutores ou reinterpretativos da ordem dominante? Objetivo: Desse modo, os autores objetivaram interpretar que representação esse jogo do futebol da várzea paulistana traz para a comunidade que o promove. Método: Para tanto, foram tomadas como fontes 13 entrevistas de atores protagonistas do jogo, o documentário “Preto X Branco”, reportagens jornalísticas sobre o evento, além das percepções captadas pela observação participante do fenômeno “de perto e de dentro”. Resultados: Ao proceder à aproximação e adentramento no jogo, foi descoberto que se trata de um ritual de futebol realizado anualmente com o objetivo de afirmar os valores antirracistas, almejando-se sua promoção e preservação pelos guardiões da memória do “Preto X Branco”. Esse jogo que celebra a amizade de amigos pretos e brancos tem a mensagem simbólica de mostrar-se um coletivo cuja marca distintiva de sua identidade é o combate ao racismo. Conclusão: Para a comunidade que o realiza, o “Preto X Branco” revela as relações sobre as raças na cultura brasileira através da experiência cultural de um tradicional jogo de futebol radicado na várzea paulistana.

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Referências

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