Resumo
A pesquisa problematiza as políticas de ações afirmativas como instrumento de inclusão social à universidade brasileira. Estabelece as relações entre a reestruturação produtiva, reforma de Estado e políticas educacionais; a educação superior no Brasil no contexto do modo-de-produção capitalista e seus arranjos históricos de exclusão social, apontando para a possibilidade de um terceiro olhar. Neste caso, são destacadas as relações entre o neoliberalismo, o trabalho e políticas compensatórias de acesso à universidade brasileira e os desafios contemporâneos para a inclusão social propriamente dita. O nível conceitual da investigação sustenta-se em quatro eixos: a) Mészáros, b) Habermas, c) Karel Kosik e d) Adorno & Horkheimer. A pesquisa evidencia a necessidade de políticas públicas para a universidade no Brasil a partir de uma dimensão universal sustentada por uma lógica libertadora e humanizadora.
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