Resumo
Neste artigo, apresentamos a trajetória de Roque Spencer Maciel de Barros, um intelectual convictamente liberal, que dedicou praticamente toda sua vida, quer seja como docente da USP ou como editorialista do Jornal O Estadão, à defesa incondicional do liberalismo, entendendo-o como expressão da “boa sociedade”. Com a mesma intensidade com que defendia o liberalismo, também combatia aquilo que denominava de totalitarismo. Enquanto docente, participou ativamente da Campanha em defesa da escola pública, ajudou a criar a faculdade de educação e não deixou apenas sua marca como professor e Chefe de Departamento da Universidade de São Paulo. Também ocupou diversos cargos e participou da Reestruturação desta instituição. Além disso, foi nomeado pessoalmente pelo Presidente Costa e Silva para integrar o grupo da Reforma Universitária, no qual atuou procurando “recolocar a universidade nos trilhos”, em sintonia com os ideais liberais preconizados pelos seus idealizadores. Em síntese, apresentamos um autor que defende a teoria liberal, posiciona-se em defesa da escola pública no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, mas alia-se ao governo militar na Reforma Universitária e na reestruturação da USP, bem presta apoio à ditadura de Pinochet.
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