Resumo
Trata-se de uma reflexão teórico-metodológica a respeito da pesquisa em História da Educação, com ênfase sobre o ensino secundário brasileiro, por meio da observação das relações entre finalidades ideais e práticas educativas, buscando a forma como os indivíduos compreenderam e agiram no mundo histórico-educativo que habitaram. Metodologicamente, o recurso a História Oral pode contribuir para dar vida a acontecimentos que por vezes são relatados nos documentos manuscritos, escritos e iconográficos que restam do passado, com o exame de questões que transcendem as regras determinadas pelos poderes constituídos, mas que estão contidas na forma particular como docentes e discentes efetivaram suas práticas, sua vida cotidiana, servindo-se dos recursos próprios e dos interesses que possuíam a época. Imagens do lugar são sempre úteis e ajudam a nos colocar na cena, ainda que as escolhas daquilo que se registra sejam quase sempre administradas pelo poder estabelecido e pelos interesses de propaganda. Todavia, ao cotejar documentos que restaram do passado e imagens que se produziram naquela época, com aquilo que os indivíduos puderam memorizar, por meio da recolha de valiosos depoimentos, é algo que poderá possibilitar uma análise mais abrangente, na direção de cotejar às finalidades estabelecidas à realidade das práticas escolares vivenciadas, neste caso particular, em relação ao ensino secundário brasileiro.
Referências
BUBER, Martin. Eu e Tu. Tradução, introdução e notas de Newton Aquiles Von Zuben. 9a. edição. São Paulo: Centauro. 2004. 152p.
DILTHEY, Wilhelm. II. A compreensão de outras pessoas e as suas manifestações vitais. In: A construção do mundo histórico nas ciências humanas. Tradução de Marco Casanova. Clássicos UNESP. São Paulo: Editora UNESP. 2010. 346p.
FERRY, Luc. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Tradução de Vera Lucia dos Reis. Rio de Janeiro: Objetiva. 2007. 302p.
GATTI, Giseli Cristina do Vale. Tempo de Cidade, Lugar de Escola: dimensões do ensino secundário no Gymnásio Mineiro Uberlândia (1929-1950). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia. 2010.
JULIA, Dominique. Educação. In: BURGUIÈRE, André (Org.) Dicionário das Ciências Históricas. Tradução de Henrique de Araujo Mesquita. Rio de Janeiro: Imago Ed. 1993. p. 264-74.
REIS, José Carlos Reis. Dilthey e o historicismo, a redescoberta da história. In: História & Teoria: historicismo, modernidade, temporalidade e verdade. 3a. ed. Rio de Janeiro: Editora da FGV. 2006. p. 207-46.
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. Tradução de Beatriz Perrone Moisés. 2a. ed. São Paulo: Martins Fontes. 1988. 263p.
VON ZUBEN, Newton Aquiles. Martin Buber e a Nostalgia de um Mundo Novo. Reflexão. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. n. 32. maio/agosto 1985. Disponível em http://www.fae.unicamp.br/vonzuben/nostalg.html. Acesso: 20 jun. 2012.
Jornais de época
O Repórter – 05/09/42
O Repórter – 12/09/42
Depoimentos
Isolina Cupertino – Depoimentos colhidos por Giseli C. V. Gatti, em 2000 e em 2008.
Luiz Alberto Garcia – Depoimento colhido por Giseli C. V. Gatti, em 2000.
Maria Oranides Crosara – Depoimento colhido por Giseli C. V. Gatti, em 2000.
Moacir Franco – Depoimento colhido por Giseli C. V. Gatti, em 2000 e concedido ao jornal O Correio, com publicação em 22/06/2005.
Sônia Borges Miranda Vieira – Depoimento colhido por Geraldo Inácio Filho, em 1999.
Paulo Ferolla – Depoimento colhido por Giseli C. V. Gatti, em 2000.
Rondon Pacheco – Depoimento colhido por Giseli C. V. Gatti, em 2000 e pelo Museu da Pessoa/Instituto Algar, s/d.
A Revista HISTEDBR On-line utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.